Mercado deplant based ganha força e se torna uma alternativa inteligente para aumentar as vendas. No Brasil, 39% consomem produtos vegetais pelo menos três vezes por semana
O Brasil sempre foi conhecido como um dos principais consumidores – e produtores – de carne bovina do mundo. Só em 2020, o país exportou 7,4 milhões de toneladas ou 13,4% do total mundial, segundo dados da Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas (Sire) da Embrapa. Mas uma onda por mais qualidade de vida e a preocupação com o meio ambiente está mexendo com esse mercado. Como reflexo, o segmento de plant based, que conta com alimentos à base de plantas e vegetais, cresce ano após ano.
O estudo “O consumidor brasileiro e o mercado plant-based”, realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), coordenado pelo The Good Food Institute (GFI) e apoiado por 11 empresas do setor de alimentos, ilustra bem esse movimento. A pesquisa, feita com duas mil pessoas de todas as classes sociais e regiões do Brasil, aponta que metade dos brasileiros reduziu o consumo de carnes nos últimos 12 meses e 39% já consomem alternativas vegetais em substituição às opções animais pelo menos três vezes por semana.
No terceiro trimestre de 2021, segundo pesquisa realizada pelo Kantar, empresa de pesquisa e consultoria, esse mercado teve 1,4 milhão de consumidores a mais que no mesmo período do ano anterior e, ao longo nos últimos doze meses, conquistou cerca de 4 milhões de pessoas. No mesmo período, a carne bovina teve redução de quase 2% em número de compradores e 10% a menos em ocasiões de consumo (veja quadro). A projeção da PlantPlus Foods para 2030 é que o mercado global de plant-based movimente US$ 25,5 bilhões.
Saudabilidade impulsiona o mercado
O motivo por trás desse crescimento é uma tendência que não é nova, mas ganhou relevância nos últimos anos: a saudabilidade, conceito ligado à mudança de hábitos alimentares para a melhora da qualidade de vida, como explica Domenico Filho, diretor de atendimento da Nielsen.
Segundo ele, o termo ganhou espaço por conta dos elevados níveis de obesidade – seis em cada dez brasileiros, ou seja, em torno de 96 milhões de pessoas estão acima do peso no país, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, de doenças relacionadas ao sedentarismo e aos maus hábitos, e ao aumento da expectativa de vida.
Domenico ressalta, ainda, que novos valores surgiram e impactam, hoje, a decisão de compra. Segundo ele, o chamado “Better For You”, ou “Melhor para Você”, em português, ganhou força e os consumidores passaram a pensar em pilares como “o que exatamente estou comendo?”, “onde esse produto foi produzido?”, “como ele chegou até a minha casa?” na hora de escolher produtos.
“Nesse sentido, o mercado de plant based ganha relevância, já que entrega esses valores”, afirma. Para ele, o fato é que as pessoas têm buscado produtos mais saudáveis, o que torna o setor promissor e uma grande oportunidade a ser explorada, tanto pelo varejo, quanto pela indústria. “Trata-se de um pilar de competitividade para os supermercados”, completa Domenico.
Diante desse cenário, empresas já consolidadas, inclusive grandes players da indústria frigorífica, estão se movimentando para atender à demanda. De um lado, há indústrias investindo na aquisição de empresas que já tem a qualidade de vida em seu DNA, principalmente as startups; de outro, há companhias realizando mudanças no portfólio.
A Seara, tradicional na oferta de proteína animal, por exemplo, se remodelou e conta, hoje, com a Linha Incrível Seara, que disponibiliza alimentos 100% vegetais, como hambúrgueres, quibes e frangos. “O mundo está em constante transformação. Hoje existe um jeito novo para tudo e com a alimentação não é diferente. A busca por proteínas vegetais é uma realidade e queremos ser líderes nesse segmento”, diz Joanita Karoleski, presidente da Seara Alimentos.
Os impulsos do mercado de plant based
– 70% dos brasileiros têm vontade de se alimentar de forma consciente por conta dos benefícios para a saúde e para o planeta;
– 61% das mulheres querem evitar consumir produtos que sejam prejudiciais ao meio ambiente;
– A proteína vegetal é consumida cerca de três vezes por semana;
– 90% dos consumidores de proteínas vegetais são provenientes das classes ABC e mais da metade está acima dos 35 anos.
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