Fundos levantaram mais de US$ 10 bilhões no primeiro semestre do ano, mais que todo o volume movimentado em 2020
No que depender dos investidores, as startups focadas em soluções para o varejo de supermercados provocarão uma revolução no setor nos próximos anos. Em todo o mundo, mais de US$ 10 bilhões foram colocados em empresas no primeiro semestre do ano, segundo um levantamento da Pitchbook. Em todo o ano de 2020, quando a digitalização dos supermercados se tornou uma necessidade estratégica, foram levantados US$ 7 bilhões.
Algumas captações se destacam. Nos Estados Unidos, o Instacart se tornou em março o segundo maior unicórnio americano, depois de levantar US$ 265 milhões em uma rodada de investimentos que avaliou a companhia em US$ 39 bilhões.
No mesmo mês, a goPuff levantou US$ 1,15 bilhão e foi avaliada em US$ 8,9 bilhões. Já na China, a Xingsheng Youxuan captou US$ 3 bilhões de investidores, no maior volume já levantado por startups. Na semana passada, a startup Rohlik, da República Checa, que oferece delivery de compras em até duas horas e já alcançou o break even em seu mercado natal, levantou US$ 120 milhões para financiar sua expansão e foi avaliada em US$ 1,2 bilhão.
No mercado europeu, startups de supermercados estão ganhando tração desde o ano passado, com diversas empresas oferecendo entregas em até 20 minutos, como Getir, Gorillas, Weezy e Flink. Para isso, apostam especialmente nas dark stores, que são lojas físicas fechadas ao público e que só fazem o processamento de pedidos online.
Com tantas empresas procurando ganhar espaço no mesmo segmento, a grande questão é se haverá oportunidades para todos. Para Luke Jensen, CEO da Ocado Solutions, uma consolidação é inevitável. “O volume de dinheiro sendo colocado nas startups de supermercados é desproporcional ao tamanho da oportunidade”, analisa. Para ele, as startups estão, na prática, competindo com as lojas de conveniência, que representam uma parcela menor do varejo.