Entretanto as famílias de menor renda permanecem cautelosas mesmo recebendo o Auxílio Brasil, mostra CNC
O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,1% entre julho e agosto, com expansão de 17% ante agosto de 2021, para 82,1 pontos, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta quinta-feira.
Com o aumento, o ICF atingiu maior patamar desde abril de 2020 (95,6 pontos), ou seja, desde começo de pandemia de covid-19, pontuou a entidade. De acordo com a CNC, o desempenho foi impulsionado por famílias com renda mais alta, mais otimistas e dispostas a consumir em agosto.
Dos sete tópicos usados para cálculo do indicador, seis apresentaram alta em agosto, como emprego atual (0,9%); renda atual (1,9%); acesso ao crédito (1,3%); nível de consumo atual (2,8%) perspectiva de consumo (0,8%) e momento para duráveis (1,2%). Nessa comparação, o único recuo foi observado em perspectiva profissional (-0,3%).
Também na comparação com agosto de 2021 seis tópicos mostraram aumento. É o caso das elevações observadas, nessa comparação, em emprego atual (26,1%), perspectiva profissional (27,3%), renda atual (23,8%), acesso ao crédito (4,9%), nível de consumo atual (18%) e perspectiva de consumo (10,4%). A única queda foi registrada em momento para duráveis (-1,3%).
A CNC destacou que, em agosto, as famílias com maior renda – com ganhos mensais acima de dez salários-mínimos, na faixa de renda pesquisada pelo levantamento – se mostraram satisfeitas com o acesso ao crédito, com indicador acima dos 100 pontos, o que não acontecia desde março deste ano.
“Apesar do aumento do auxílio para as famílias de menor renda, esses consumidores estão cautelosos, principalmente pela inflação em nível ainda elevado, alto endividamento e custo do crédito crescente”, ressaltou a economista responsável pela pesquisa Catarina Carneiro.
Outro item destacado pela CNC no comunicado foi indicador Nível de Consumo Atual em agosto, com crescimento de 2,8% ante julho, o maior dos últimos seis meses nessa comparação. Ele é medido a partir das respostas dos entrevistados a respeito do quanto as famílias estão comprando em relação ao ano passado (mais, menos ou a mesma quantidade), detalhou a confederação.
“Importante destacar que esse item foi o que obteve o maior crescimento em ambos os grupos de renda”, afirmou, em comunicado, o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Por Alessandra Saraiva, Valor