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Inovar, transportar e nutrir

Em entrevista exclusiva à SuperHiper, executiva da Cargill fala sobre desafios e tendências quando o assunto é alimentação

De Redação SuperHiper
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Por Giseli Cabrini

A indústria de alimentos, especialmente no Brasil, passou por muitas mudanças na última década. Novas exigências sobre a rotulagem de produtos, maior transparência sobre as formulações, embalagens ainda mais sustentáveis, redução de gases de efeito estufa e logística em um País tão gigantesco são apenas alguns dos desafios, segundo a diretora-geral para Food na Cargill (Brasil e Argentina), Cristina Faganello.

“O maior deles talvez seja: acompanhar o ritmo de um mundo em transformação. Absorver tendências e novos comportamentos pode ser um risco adicional para os negócios, por isso vai ser primordial saber diferenciar o que é transitório do que é uma mudança real”. E acrescenta. “Agricultores, pecuaristas, fabricantes de alimentos, varejistas e restaurantes: estamos unidos em busca de maneiras inovadoras de produzir alimentos de forma mais sustentável, transportar esses produtos com mais eficiência e nutrir famílias ao redor do mundo. É estimado que mais 500 milhões de pessoas se juntem a nós até 2050 e o sistema alimentar precisará acompanhar esse ritmo de crescimento.”

Confira, a seguir, íntegra da entrevista exclusiva da executiva à reportagem de SuperHiper sobre alimentos saudáveis.

Atualmente, como a empresa analisa o mercado de alimentos saudáveis? Quais são as oportunidades e os desafios?
É inegável que está em intensa expansão. O acesso às informações, os novos perfis de consumo e novas formulações e ingredientes são alguns dos fenômenos que ajudaram a ampliar esse mercado. No caso da Cargill, vimos oportunidades, por exemplo, para ampliar a linha de óleos Liza, que é amada pelos brasileiros, e atualmente possui opções diversas, como Liza Girassol, Liza Milho, etc. As categorias de saúde e nutrição têm um papel fundamental no atingimento das metas de crescimento da Cargill, porque esse é um mercado que cresce a um ritmo muito acelerado, e que utiliza ingredientes e soluções de alto valor agregado. O desafio da indústria é continuamente desenvolver ingredientes e tecnologias que supram a necessidade de entregar alimentos saudáveis, que combinem sensorial, nutrição e acessibilidade.

Quais itens com apelo de alimentos saudáveis a Cargill possui em seu portfólio? Quais são as categorias?
Além das variações dos óleos sob a marca Liza, temos também a linha Purilev (abacate, coco e canola). O óleo de coco está disponível em duas versões: com e sem sabor. O primeiro tem paladar natural da fruta e combina perfeitamente com receitas doces e vitaminas, além de preparações para molhos de saladas. O segundo apresenta sabor neutro, por isso é indicado para receitas e usos mais diversos. Mais, recentemente, lançamos os adoçantes à base de estévia da marca Truvia, que são amados nos Estados Unidos e já chegaram às prateleiras brasileiras. Vale ressaltar também os ingredientes que fornecemos para os canais B2B (indústria e food service), como o chocolate Genuine Dark, feito com 65% cacau, e o Genuine Zero, sem adição de açúcares.

O azeite de oliva é um alimento que integra a lista de itens saudáveis. No entanto, os preços dispararam no ano passado. Como a empresa tem administrado isso a fim de que o produto continue a ser consumido?
O perfil de consumo do brasileiro é bastante diverso. Uma empresa de alimentos como a Cargill precisa acompanhar isso e oferecer opções. Nosso posicionamento continua sendo esse: oferecer uma maior gama de produtos para que o consumidor possa escolher conforme seus hábitos de consumo e poder de compra.

Na opinião da Cargill, como indústria e varejo podem atuar juntos para maximizar as vendas de produtos saudáveis?
Esse crescimento passa, sobretudo, pela comunicação de forma clara e assertiva. Cada linha de produto tem o seu público-alvo e a saudabilidade, de forma geral, pode ser considerada uma espécie de ingrediente em todas elas. Deixar claro para o consumidor os benefícios daquele produto é o primeiro passo nessa relação duradoura que nós temos construído e vamos continuar edificando. Nesse sentido, uma boa comunicação da proposta de valor dos ingredientes feita pela indústria de ingredientes aos seus clientes é essencial, para que eles tenham os argumentos e as ferramentas corretas para transmitir essas informações aos seus consumidores, seja pelas embalagens ou campanhas de comunicação.

Como é possível inovar nesse segmento?
Há mais de 13 anos, a Cargill tem um Centro de Inovação, em Campinas (SP), para testar novos ingredientes, acompanhar essas transformações e propor soluções não apenas para nosso portfólio, mas também das marcas dos nossos clientes. Além disso, inauguramos, há poucos anos, o Tropical Food Innovation Lab, um ecossistema de inovação para o desenvolvimento de alimentos e bebidas sustentáveis, com foco na biodiversidade brasileira, também em Campinas. Esse projeto foi desenvolvido ao lado da Bühler e Givaudan, além do FoodTech Hub Latam e do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital). Parcerias como essas e pesquisas são dois ingredientes dessa receita de sucesso cada vez mais saudável.

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