A evolução do varejo é feita de forma gradativa, por meio de uma constante incorporação de novas ideias e, se possível, inovadoras. A revolução no varejo (mudanças maiores e mais rápidas) é bem rara de acontecer, a última que considero, foi o surgimento do autosserviço, técnica que revolucionou a forma de vender, tanto no varejo como no atacado, e isso nos anos 20, no século passado.
O surgimento do supermercado foi uma evolução e não uma revolução. Ambas são positivas. A revolução é abrupta e rara, já a evolução é mais consistente e racional.
A inovação é o caminho para ambas acontecerem. Inovar no varejo é a arte de converter ideias e conhecimento em produtos, processos, formatos, marketing, serviços novos ou melhorados, reconhecidos e valorizados pelo cliente, etc., etc…
Assim, é um conceito que só é válido se trouxer “valor” ao cliente, sendo fundamental para que um supermercado se diferencie da concorrência. Fazendo uma avaliação de uma loja ou rede vamos descobrir quais são seus pontos negativos, e por onde, nós supermercadistas, devemos atuar:
– caixas lentos e insatisfatórios
– minha realidade é diferente da minha proposta
– dificuldades do cliente em localizar produtos
– estacionamento limitado ou inexistente
– a loja valoriza o tempo dos clientes?
– com o tempo escasso dos clientes, como chegar mais perto deles?
– estou acompanhando as tendências e os novos formatos?
– meus layouts ainda andam muito comportados
– a relação cliente-funcionário não anda boa
– não consigo valorizar meus clientes como um todo
– continuo a vender ingredientes e não solução de refeição
– a loja não é aconchegante
– não ofereço uma boa experiência de compra
E há tantos outros pontos negativos para trabalharmos. Como resolver tantos entraves ao nosso sucesso?
Inovando constantemente, pois a inovação não é um trabalho pontual, mas uma ação constante.Todas as oportunidades ou ideias de melhoria que surgirem devem ser consideradas.
Há empresas que têm um departamento ou um grupo de profissionais preocupados com as inovações necessárias, mas não pode ser só deles essa responsabilidade. Eles podem ser os catalizadores das ideias e ações, mas inovação deve dizer respeito a todos os funcionários, em todos os níveis da organização.
Estes devem ser engajados e motivados a pensar e repensar o seu negócio, o que você quer ser, sua missão, estratégia, seu público-alvo, sua proposta de serviço. Enfim, tudo aquilo que você quer ser, e como encontrar os caminhos para chegar lá.
Reinventar o varejo é, portanto, um esforço constante em busca de inovações e nichos ainda não atingidos ou mal servidos. Este é também o caminho para a sua diferenciação e o seu sucesso.
Você não escolhe inovar ou não, a inovação é mais do que necessária, é obrigatória para seu crescimento bem como para sua sobrevivência.
Portanto, mãos à obra e esteja sempre procurando o melhor para oferecer a seus clientes.
* Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas (à venda no site www.terradosaber.com). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação Abras. www.ascarassociados.com.br
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