Por Redação SuperHiper
O avanço da inflação está corroendo o poder de compra e os alimentos figuram entre os maiores vilões da alta de preços. Assim, o consumidor brasileiro tem buscado alternativas que entreguem valor real no carrinho, dando destaque às marcas próprias, que estão ganhando nesse movimento. Segundo levantamento recente da Neogrid, 70% dos brasileiros já percebem aumento na oferta desses produtos nas lojas.
Para o supermercadista, o dado é revelador: mais do que uma alternativa barata, as marcas exclusivas vêm se consolidando como opção de escolha consciente e não, apenas, emergencial. A leitura do cliente mudou: a lealdade à marca está em segundo plano quando a proposta de valor fala mais alto. Hoje, a qualidade pesa mais do que o preço na decisão de compra — 76% dos consumidores apontam esse como o principal motivo para serem fiéis a um produto, contra 43% que destacam o fator preço.
No dia a dia da loja, isso também se reflete nas escolhas do ponto de venda: 52% dos entrevistados costumam comprar no mesmo supermercado, mas os motivos apontados dizem mais sobre conveniência e entrega de valor do que sobre hábito: variedade de itens (50%), descontos (43%) e proximidade (42%) lideram a lista de prioridades. No digital, a fidelidade é ainda mais volátil, já que só 4% mantêm compromisso com uma única loja online.
Fidelidade plural e recompensas mais amplas
Quando se trata de programas de fidelidade, o cenário é igualmente dinâmico. Seis em cada dez consumidores participam de dois a quatro programas simultaneamente, tanto no físico quanto no digital. E a maioria gostaria de contar com sistemas que reúnam múltiplas redes e marcas em um mesmo programa de vantagens — 89% disseram preferir esse modelo mais flexível, que permite comparar, escolher e ser recompensado por isso.
Na prática, o consumidor está cada vez mais racional, estratégico e impaciente com promessas que não se cumprem. Ele testa, compara, e se a experiência for boa, volta. A inflação acelerou esse processo — e agora é papel do varejo entender esse novo código de consumo. Marcas próprias, mix inteligente e relacionamento mais transparente e vantajoso são os pilares que devem sustentar as próximas decisões de quem quer seguir competitivo.