No primeiro trimestre de 2025, as refeições realizadas em casa cresceram 5,5% em comparação a igual período do ano passado. Em contrapartida, as ocasiões de consumo fora do lar caíram 1,9%. O movimento é impulsionado principalmente pelas classes mais altas, que têm intensificado o preparo e o compartilhamento das refeições principais. Entre os itens em alta estão legumes, frutas, frango, ovos, requeijão, refrigerantes e pratos prontos.
A geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) também desempenha papel importante nesse novo cenário. O consumo de alimentos e bebidas dentro de casa entre esses jovens cresceu 7,1% na comparação entre os primeiros três meses deste ano e de janeiro a março de 2024, impulsionado pelo aumento na frequência semanal, com destaque para os momentos de lanche.
As classes A e B vêm ampliando o consumo de alimentos básicos, como arroz, feijão e carnes. Já as classes D e E têm realizado substituições no cardápio, com menor presença de gorduras, principalmente de itens, como queijos e refrigerantes. Essa reconfiguração reflete a queda nos preços de algumas commodities e a redistribuição dos gastos com outras cestas de produtos.
A percepção de saudabilidade também está evoluindo. O envelhecimento da população brasileira reforça a demanda por atributos como praticidade, conveniência e alimentação equilibrada. O consumo de álcool dentro de casa segue em queda — movimento observado tanto entre os mais jovens como entre adultos e idosos. Em paralelo, cresce o uso de métodos de preparo considerados mais saudáveis, por exemplo, grelhados, fornos e fritadeiras elétricas.
Entender essas transformações é essencial para as marcas que desejam se manter competitivas. Estar um passo à frente exige cada vez mais dados acionáveis, leitura constante do consumidor e agilidade para adaptar produtos, canais e narrativas às novas demandas. O que também é válido para o varejo alimentar na hora de definir o sortimento.
Os dados são do painel Usage Foods, da Worldpanel by Numerator, com amostra de 3.800 indivíduos em sete regiões metropolitanas brasileiras: Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).