Após aporte dos atuais acionistas na pandemia, companhia quer avançar com novas unidades no país
O Eataly contratou a assessoria financeira Hunter Capital para colocar em ação o Projeto Garibaldi, sua busca por um novo sócio investidor no Brasil.
O modelo de sociedade vem sendo discutido nos últimos meses, em apresentações a potenciais investidores, com flexibilidade – o novo sócio pode ser majoritário em novas unidades, pode ser o dono delas pagando royalties aos italianos, pode comprar uma fatia da operação atual e levar boa parte das ações que estão nas mãos da Hortus, holding dos sócios do supermercado St Marché.
Os atuais acionistas se dispuseram a dar o fôlego financeiro que a operação precisava para um reequilíbrio na pandemia, mas a principal motivação é crescer – desde que inaugurou sua operação em São Paulo, em 2016, ela é a única no país, apesar dos planos já terem apontado para uma nova unidade na avenida Paulista e outra no Rio de Janeiro. “O desenho da sociedade está bem aberto, o principal objetivo é encontrar um formato que viabilize crescer”, diz uma fonte.
Procurado, o Eataly confirmou a busca de sócios. “A empresa planeja expandir seu conceito inovador para além da cidade de São Paulo, inaugurando novas unidades em mercados nacionais estratégicos”, disse, em nota. “Visando prosseguir com este projeto de expansão com um planejamento a longo prazo, o Eataly Brasil deu início à prospecção de novos sócios operadores da empresa, para que embarquem conjuntamente nesta jornada de ampliação e investimento no mercado nacional.”
No mundo, o Eataly chegou a reajustar cronogramas, mas não suspendeu planos de novas lojas. Em dezembro, uma unidade foi inaugurada nos EUA, em Dallas, e, neste ano, o grupo confirmou inaugurações na Inglaterra, na Coreia do Sul, no Japão e em Dubai.
No Brasil, o Eataly é uma sociedade entre a matriz italiana, a operação americana e a holding composta pelos sócios do St Marché – Victor Leal, Bernardo Ouro Preto e fundo Catterton. Em mudanças recentes, Ouro Preto deixou o conselho, posto assumido pelo próprio Nicola Farinetti, CEO do Eataly USA e filho do fundador da marca.
A pandemia fez o Eataly cair em prejuízo e, no ano passado, a companhia discutiu um aporte de recursos para cobrir as perdas, inclusive com a chamada de capital dos sócios. O Brasil não foi o único nesse contexto: para sustentar as operações mais afetadas pela pandemia, o Eataly fez um aporte de € 25 milhões nas operações internacionais. Mas o Eataly Brasil reagiu – foi a única unidade da marca no mundo a acionar o delivery durante a crise, conseguindo manter a receita estável em alguns meses, quando comparados com 2019.
Fonte: Valor Econômico