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Fusão das Lojas Americanas e B2W é aprovada

De Administrador SH
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A nova “Americanas sa” nasce com base de 48 milhões de clientes ativos e multiplataforma está presente em 1700 lojas de diferentes formatos em 765 cidades

Os acionistas da Lojas Americanas e da B2W aprovaram nesta quinta-feira (10), em suas respectivas assembleias, a fusão das operações das companhias, que passa a ser unificar varejo físico e online como “americanas sa”. A liderança da nova companhia cabe a Miguel Gutierrez, executivo carioca que está na companhia desde 1993 e que também será o diretor de relações com investidores.

Gutierrez coordenará um time de três CEOs: Anna Saicali na plataforma de inovação e fintech, Timotheo Barros na plataforma física e como diretor financeiro, e Marcio Cruz, à frente da plataforma digital. O conselho de administração, também aprovado hoje, terá sete membros, seis deles já estavam no board da Lojas Americanas – o chairman Eduardo Saggioro, Carlos Alberto Sicupira, Claudio Moniz, Paulo Alberto Lemann, e os independentes Sidney Breyer e Vanessa Lopes. A outra cadeira é ocupada por Mauro Muratório, que já era conselheiro independente da B2W.

“Os acionistas de Lojas aceitaram vender a rede física para a B2W, e os acionistas da B2W aceitaram comprar as lojas. Estamos criando uma nova companhia, que já nasce gigante, com R$ 40 bilhões em vendas, mais de 1,7 mil lojas, uma plataforma digital e financeira, e, por se originar da estrutura de B2W, já está no Novo Mercado”, disse um animado Gutierrez ao Pipeline, no fim desta quinta-feira.

A companhia não trabalha com um número público de sinergia, mas avalia que terá ganhos com agilidade e simplificação com estoques em lojas, uso dessa rede como hub para venda online, inclusive de parceiros, e melhor dinâmica para M&A. O que a companhia tem repetido a seus stakeholders é que o objetivo é ser mais relevante no dia a dia do cliente — e isso explica a diversificação de canais e sortimento que tem buscado.

“Em 2019, tínhamos uma frequência de oito vezes por ano do cliente conosco e nossa ambição era chegar a 12 vezes em 2022. Hoje estamos em 10 e pouco, e acreditamos que vamos superar esse indicador, ficando mais presentes no cotidiano desse consumidor”, diz Gutierrez. “É uma medida um pouco capciosa porque hoje temos 46 milhões de clientes — quase um quarto da população brasileira — mas só conseguimos medir a atualização de frequência depois de um ano.”

Nesse sentido, estão iniciativas como venda de itens de supermercados na loja online, aquisição de startups de logística para entrega rápida (11% das entregas são feitas em 3 horas), e a sociedade com a BR Distribuidora para as lojas de conveniência em postos de gasolina (pendente de aprovação no Cade).

“Quem anda bastante de carro, abastece em média uma vez por semana, quem tem menor frequência, uma vez por mês. No primeiro grupo, são 50 vezes ao ano que ele vai ao posto, onde pode tomar um café na loja de conveniência, fazer uma compra, pagar no aplicativo da Ame”, exemplifica o executivo.

A escolha da manutenção da marca nessa nova etapa e o investimento na maior presença dela no dia a dia do cliente são facilitados, de certa forma, pelo caminho que a companhia tomou ao longo de décadas. “Somos uma marca honesta, não fashion. É uma marca que está presente do cotidiano de gerações. Temos muitos jovens entrando nas lojas, o que mostra essa renovação dos clientes, de uma marca que tem rejuvenescido”, diz.

A marca não persegue modismos, que façam com que as vendas explodam numa determinada estação e miguem em outra, ou que atrai o cliente para um determinado tipo de produto uma vez ao ano (o que acontecia de certa forma na venda online) — mas veio se transformando ao longo dos anos, sem ruptura. Gutierrez lembra que a companhia já foi dona de supermercado, já foi a terceira maior vendedora de roupas no país, era famosa pela venda de balas a granel e atualmente é uma das maiores vendedoras de Playstation no país. “A Americanas existe há 92 anos e vai existir por mais 100, 200 anos, com a mesma base que nos trouxe até aqui, que é gente e cultura da companhia”, diz ele.

Além da dinâmica com o consumidor e com a estrutura de estoque e logística, a integração das operações também endereça outra questão, referente à estrutura financeira que cada companhia tinha como operação separada. “Assumimos o compromisso de geração de caixa, que sempre é um ponto de discussão nas empresas de tecnologia. O mundo físico sempre teve uma geração de caixa elevada e no digital, faltava um pouquinho”, diz o diretor-presidente.

A expectativa do grupo, quando criou a B2W, em 2006, era que ela daria lucro superior ao da rede física, por não ter os custos de aluguel, e com esse caixa nutriria a abertura de lojas. Com a concorrência acirrada na internet e os desafios de logísticas iniciais, não foi bem o que aconteceu.

“Com a integração, o aumento de capital que fazíamos de tempos em tempos deixa de existir e continuamos com nossa disciplina muito forte de resultados”, afirma.

Nas contas da companhia, as vendas passaram de R$ 1,5 bilhão no ano 2000 para R$ 40 bilhões no ano passado – o volume de vendas online equivale a 3,6 mil lojas, diz Gutierrez. O Ebitda consolidado das operações na nova Americanas fica em R$ 3,3 bilhões. O executivo diz que, desde 1999, o retorno ao acionista foi de 44.000%. “Por que a gente reforça isso? Porque a companhia historicamente é de resultados e a nova companhia vai continuar sendo.”

Na nova estrutura, a Lojas Americanas passa a ser um veículo de investimento, que tem a americanas sa na carteira. Em cerca de um ano, esse veículo deve ser listado no mercado americano.

Fonte: Por Maria Luíza Filgueras, Pipeline Valor

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