Por Giseli Cabrini
Posicionada logo na entrada das lojas do varejo alimentar, a categoria de flores deixou de ser novidade. Porém, as redes têm ampliado sua presença em formatos, como lojas de bairro e, até mesmo, o atacarejo. E, também, diversificado a oferta de serviços mais sofisticados, como profissionais especializados e personalização de buquês. Com a chegada da primavera, o potencial desses itens literalmente floresce.
Muffato
“Nós já operamos com flores dentro das lojas há muitos anos, mas nos últimos seis, implantamos uma unidade própria em Holambra [SP]. Por isso, somos muito competitivos em preços. Temos uma logística própria diária. Nossos centros de distribuição (CDs) foram todos preparados com climatização, data de entrega, horário de recebimento, etc. Em algumas unidades, chegamos a ter até três floristas. É uma categoria estratégica para o nosso negócio. Temos um modelo de store in store”, explica o diretor do Grupo Muffato, Ederson Muffato.
Segundo o executivo, a família Muffatto sempre teve tradição na venda de flores. “Os clientes gostam. E, assim, levamos isso para o nosso modelo de atacarejo, por meio da nossa bandeira Max Atacadista, com muito sucesso. Os volumes de vendas no formato são muito expressivos. Muito atacarejo nosso inclusive atrai quem tem floricultura para revender. Tem cliente que chega a comprar de dois a três carrinhos só de flores”, detalha.
TriMais
Na avaliação do executivo de Trade Marketing do Grupo TriMais, Bruno Solino, nos últimos anos, a presença de corredores dedicados à jardinagem deixou de ser apenas um diferencial e passou a integrar a estratégia de negócio das redes. “A possibilidade de adquirir mudas, vasos e ferramentas no mesmo espaço em que se compram alimentos impulsiona o consumo por conveniência e valoriza a experiência de compra em um formato que acompanha a consolidação do cultivo doméstico de plantas ornamentais e hortas urbanas, hábito que se popularizou na pandemia e se mantém em muitos lares brasileiros.”
Com três unidades na Zona Norte da capital, um supermercado no bairro de Lauzane, outro no Tucuruvi e um superatacado em Furnas, para a rede, a tendência vai além do consumo imediato e está diretamente ligada ao bem-estar. O contato com a natureza, a sensação de cuidado e as práticas sustentáveis fazem parte da rotina de quem frequenta a sessão, por isso, o setor de jardinagem nos supermercados não apenas agrega valor à cesta de compras, como também responde ao desejo de consumidores que querem levar mais qualidade de vida para dentro de casa.
“O público consumidor é amplo. Famílias buscam atividades educativas para crianças, jovens se interessam pela estética e pela decoração, enquanto idosos encontram na jardinagem um lazer saudável e acessível. A primavera, marcada pela variedade de espécies ornamentais, tradicionalmente aquece as vendas e inspira a renovação nos lares”, ressalta Solino.
O impacto, no entanto, não se limita ao aumento das vendas. Plantar e cuidar de jardins, mesmo em pequenos espaços urbanos, fortalece a conexão com a natureza e contribui para a qualidade de vida. “No nosso ambiente de negócios, o setor além de trazer encanto e beleza à loja, tanto que posicionamos bem na entrada, ainda se consolida como um vetor de fidelização, ampliando a jornada de compra e reforçando que os espaços podem ser multifuncionais e acompanhar as transformações de consumo”, finaliza o executivo.
Prezunic
Em relação à diversificação de serviços, em abril deste ano, em resposta à crescente demanda por qualidade e variedade, a rede de supermercados Prezunic, uma das bandeiras do Cencosud, inaugurou um setor especial de floricultura em suas unidades cariocas da Barra e do Recreio. Além de ampliar as opções disponíveis de itens para os clientes, esses novos espaços passaram a oferecer serviços exclusivos aos clientes, como personalização de buquês e profissional especializado para orientar sobre a escolha das flores ideais para cada ambiente ou ocasião, bem como os cuidados necessários para sua conservação.