Big data e inteligência artificial são grandes aliados do setor, mas saber lidar com os desafios dos três C: Covid, clima e conflitos também fará a diferença para as Companhias
O setor varejista está em constante evolução ao adotar cada vez mais experiências digitais que estão sendo bem recebidas pelo público. A crescente integração entre lojas físicas e digitais continua sendo uma tendência popular entre os consumidores, que agora alternam entre os dois formatos para encontrar a melhor opção em cada compra. “A tecnologia deve ser aliada em todos os departamentos e deve melhorar os potenciais. Mas mesmo com todos os avanços, o fator humano ainda é decisivo e pode fornecer uma personalização mais profunda e significativa no varejo”, afirma Denis Correia, CEO da DM, empresa de produtos financeiros voltados para a concessão de crédito e especialista em cartões private label de supermercados.
As empresas estão cada vez mais voltadas para soluções que proporcionem uma experiência de compra aprimorada e conveniência para os consumidores. A partir do big data e da inteligência artificial, tanto os sistemas de inventário e gestão de estoque, quanto o comportamento do consumidor, padrões de compra e preferências individuais, podem ser melhor mensurados, de forma a trazer insights valiosos para que as companhias tenham maior eficiência.
Denis ressalta que apesar das vantagens trazidas pelas novas tecnologias, o fator humano ainda desempenha um papel crucial no varejo e que o equilíbrio entre a tecnologia e o toque humano é essencial para garantir uma experiência completa e satisfatória. Para ele, o aprendizado é contínuo e as empresas devem se adaptar mais rapidamente a essas mudanças, ajustando suas abordagens, o que permite um serviço mais relevante e atualizado.
Entre erros e acertos
Outro ponto destacado pelo executivo é que a cultura de inovação nas organizações está altamente vinculada à cultura do erro – e isso não deve ser visto como um problema, afinal, para conseguir traçar um caminho de acertos, alguns erros podem aparecer nessa trajetória. “A empresa precisa refletir constantemente sobre o que está sendo positivo e o que precisa ser mudado. Sempre há chances de não dar certo. Mas é preciso correr riscos se queremos trazer inovações e ajustar os pontos não satisfatórios que vão surgindo”, acredita o CEO. “Até mesmo na hora avaliar o ROI (métrica financeira utilizada para avaliar a eficiência e a rentabilidade de um projeto), caso os resultados não sejam bons, as estratégias de marketing, investimentos em tecnologia, desenvolvimento de produtos, entre outros, precisam ser revistos sem medo”, completa.
Por fim, ainda que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha decretado recentemente o fim da pandemia de Covid-19, seus reflexos ainda são vistos. Denis Correia afirma que é importante saber lidar com os desafios dos três C: Covid, clima e conflitos. “As três questões globais interligadas representam grandes desafios para a sociedade contemporânea. A pandemia gerou diversos impactos socioeconômicos. Já as mudanças climáticas são uma preocupação crescente devido aos efeitos negativos que têm sobre o planeta e a vida humana, enquanto os conflitos geopolíticos e sociais ao redor do mundo afetam negativamente todos os países. Tudo isso interfere no varejo”, reflete. Segundo o CEO, resiliência e adaptação são palavras-chave para o momento atual.