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Em Nova York, passa a ser proibido proibir dinheiro

Governadora do estado assina lei que obriga supermercados e restaurantes a aceitar pagamentos com notas e moedas

De Redação SuperHiper
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Por Renato Müller

Quem passou por Nova York nos últimos anos se deparou com um crescente número de bares, restaurantes e supermercados com placas dizendo aceitar pagamentos apenas com cartões e carteiras digitais. O bom e velho pagamento em dinheiro vivo parecia fadado ao desuso.

Embora seja um sinal de modernidade e evolução tecnológica, ao rejeitar pagamentos em dinheiro, essas empresas se tornavam uma opção a menos para trabalhadores informais, imigrantes, consumidores mais idosos e diversos outros públicos que continuam baseando seus pagamentos em “cash”. Milhões de pessoas continuam usando meios analógicos de pagamento.

Na semana passada, a governadora do estado de Nova York, Kathleen Hochul, assinou uma lei que proíbe supermercados e estabelecimentos de varejo de recusar pagamentos em dinheiro. A lei A7929A foi apresentada pela deputada estadual Catalina Cruz para assegurar que dinheiro vivo continuasse sendo uma forma válida de pagamento na região.

“Muitas lojas estão deixando de usar dinheiro, o que aliena uma grande parte dos consumidores”, justifica a deputada. “A lei deixa claro que a venda de itens essenciais, como alimentos, não pode ficar dependente de cartões de crédito”, acrescenta. Com isso, Nova York se junta a estados como New Jersey, Massachusetts e Connecticut – e cidades como New York, San Francisco e Philadelphia – no banimento de lojas sem dinheiro.

Quem gostou da medida foi o United Food and Commercial Workers International Union (UFCW), maior sindicato do setor privado nos Estados Unidos. O UFCW representa 1,2 milhão de trabalhadores em segmentos como supermercados, açougues, indústria de alimentos e varejo.

“Milhões de americanos usam dinheiro todos os dias em suas compras e escolhem pagar em dinheiro para se proteger de publicidade digital. Além disso, famílias de baixa renda e pessoas sem teto não têm acesso ao sistema bancário e não podem usar cartões. Nesse caso, o dinheiro vivo é a única possibilidade”, comenta Milton Jones, presidente do sindicato.

De acordo com a lei, uma multa de US$ 1.000 será aplicada se o varejista recusar a receber pagamentos em dinheiro pela primeira vez – violações subsequentes gerarão penalidades de até US$ 1.500.

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