Por Renato Müller
A escolha de votar no candidato A ou B depende de uma série de aspectos: da ideologia política aos planos econômicos e preocupações sociais de cada concorrente, passando por questões mais subjetivas, como aparência, autoridade ou capacidade de comunicação. Mas, segundo um estudo publicado recentemente nos EUA, ao menos na eleição presidencial de lá, o que importa é o preço do leite.
De acordo com o relatório “Why the Price of Milk Will Determine Who Becomes President”, divulgado pela Grocery Doppio, o preço do leite e de outros itens básicos da alimentação dos americanos tem um impacto forte na escolha de quem será o próximo líder do país. Em outras palavras: os americanos escolhem com o estômago, tanto quanto com o cérebro ou o coração.
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Nos últimos cinco anos (final do governo Trump e durante todo o governo Biden), o preço dos alimentos teve uma alta significativa. Embora a inflação tenha dado uma trégua nos últimos 12 meses, as preocupações dos consumidores sobre a carestia e a dificuldade de encher o carrinho de supermercado são predominantes.
Nada menos que 83% dos 1.209 consumidores entrevistados afirmam priorizar candidatos com planos claros para resolver questões ligadas ao preço dos alimentos. Já os 109 executivos de redes supermercadistas, embora antecipem que medidas como a queda dos juros possa aumentar a confiança e os gastos dos consumidores, têm se mostrado cautelosos em suas estratégias de mercado e têm investido apenas o necessário em expansão e novas tecnologias.
Na opinião de Gaurav Pant, Chief Insights Officer da Grocery Doppio, os consumidores serão bem pragmáticos na escolha entre Kamala e Trump. “Em novembro, o aperto no bolso vai determinar quem irá conquistar o voto popular”, afirma.