Por Renato Müller
Foi-se o tempo em que os supermercados viam como impossível a venda de alimentos pelo e-commerce. Os canais digitais são cada vez mais importantes para o varejo, oferecendo conveniência, praticidade e economia para os consumidores. No mês de junho, as vendas online no varejo de alimentos dos Estados Unidos saltaram quase 28% em relação ao mesmo período do ano passado, para US$ 9,8 bilhões.
O dado foi revelado pela Brick Meets Click e pela Mercatus, que levam em conta todos os modelos de entrega de pedidos online (delivery a partir da loja física, retirada na loja e envio a partir do Centro de Distribuição). As três formas de fulfillment tiveram uma expansão de pelo menos 25%, mostrando que o varejo online vem se mostrando saudável em todos os modelos de interação com o cliente.
Para Mark Fairhurst, executivo da Mercatus, os números de junho deveriam soar como um alerta para os supermercadistas tradicionais. Isso porque, além das redes do setor que avançam no digital, existem dois players de fora do setor dominando as vendas online: Amazon e Walmart. “O crescimento total das vendas de supermercados foi inferior a 3%, o que mostra uma migração do consumo dos canais tradicionais para o digital. E isso é uma forte ameaça para quem não conta com uma operação online bem desenvolvida”, analisa.
Outro ponto importante é o crescimento das operações de valor no varejo digital. As redes de hard discount, como Aldi e Lidl, ganharam quase 1,5 ponto percentual de participação de mercado em junho, enquanto o Walmart avançou quase um ponto e os supermercadistas “puro sangue” perderam 2 pontos de share.