O consumo nos lares brasileiros encerrou 2024 com crescimento de 3,72%, impulsionado pela recuperação do mercado de trabalho e pela ampliação dos rendimentos reais dos consumidores de acordo com monitoramento da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Na comparação entre dezembro de 2024 e dezembro de 2023, a alta foi de +7,23%, enquanto, em relação a novembro, o avanço chegou a + 12,81%. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e contemplam todos os formatos de supermercados.
“O aumento do emprego e da renda resultou em maior consumo das famílias, com destaque para a forte aceleração a partir de novembro, impulsionada pela entrada dos recursos do 13º salário na economia”, analisa vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), Marcio Milan.
Leia também:
Entre os fatores que contribuíram para o aumento do consumo ao longo do ano estão a empregabilidade e o aumento real da renda. No trimestre encerrado em novembro (setembro, outubro e novembro) a taxa de desemprego no Brasil atingiu um novo mínimo histórico de 6,1% e representou 1,4 milhão de trabalhadores a mais do que no mesmo período de 2023. Já a renda real no período foi estimada em R$ 3.285,00.
Outro fator relevante foi a injeção de recursos com a entrada do 13º salário, que movimentou cerca de R$ 321,4 bi na primeira parcela paga aos trabalhadores formais (novembro) e R$ 1,3 bilhão para mais de 1 milhão de beneficiários do INSS que passaram a receber o benefício após julho de 2024 (calendário de pagamento compreende o período de 25/11 a 06/12).
Ao longo do ano, outros recursos também contribuíram para sustentar o consumo, entre eles: Bolsa Família, com montante aproximado de R$ 168 bilhões; Auxílio-Gás com transferência bimestral de R$ 592 milhões em cada parcela; o pagamento de R$ 93,14 bilhões em precatórios; repasses do programa Pé-de-Meia do Governo Federal, estimados em R$ 6,1 bilhões; PIS-PASEP, com montante de R$ 28 bilhões para 25 milhões de trabalhadores (aumento de R$ 3 bilhões em comparação com 2023); o reajuste do salário-mínimo (+6,97%); cerca de R$ 43,9 bilhões em Requisições de Pequeno Valor (RPVs) do INSS; e a restituição de cinco lotes do Imposto de Renda Pessoa Física, somando R$ 34,4 bilhões.