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Consumo nos Lares Brasileiros avança 2,24% no bimestre, aponta ABRAS

Resultado foi impulsionado pela expansão da renda, redução da taxa de desemprego e continuidade dos programas sociais

De Redação SuperHiper
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O Consumo nos Lares Brasileiros registrou retração de -4,25% em fevereiro, em relação a janeiro, movimento sazonal típico do início do ano. Ainda assim, no acumulado do primeiro bimestre, o indicador registra alta de +2,24% e crescimento de +2,25% na comparação com fevereiro de 2024, impulsionado pela expansão da renda, redução da taxa de desemprego e continuidade dos programas sociais. Todos os indicadores são deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) e abrangem todos os formatos de supermercados.

Nos dois primeiros meses do ano, o orçamento das famílias é pressionado por despesas obrigatórias, como reajustes das mensalidades escolares, transporte e tributos. Assim, há priorização de gastos fixos, com consequente redução do consumo de outros itens no período. Além desses fatores, o mês mais curto e a realização do Carnaval em março — diferentemente de 2024, quando ocorreu em fevereiro — também influenciaram o desempenho mensal.

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“Apesar desse recuo pontual em fevereiro, o crescimento anual reflete fatores como o reajuste do salário-mínimo, recursos dos programas de transferência de renda e melhora do mercado de trabalho”, analisa o Vice-Presidente da ABRAS, Marcio Milan.

Outros estímulos que ampliaram a renda disponível e contribuíram para o desempenho positivo no acumulado do ano incluem:

  • Programas de transferência de renda direta: o Bolsa Família injetou R$ 27,61 bilhões no período e beneficiou 20,55 milhões de famílias, enquanto o Auxílio-Gás destinou R$ 575 milhões para 5,42 milhões de famílias, com repasse médio de R$ 106 por domicílio.
  • Reajuste do salário-mínimo: a partir de fevereiro, o valor foi elevado em 7,5%, alcançando R$ 1.518,00, o que representa um incremento de R$ 106,00 no orçamento mensal dos trabalhadores.
  • Pagamentos do PIS/Pasep: teve início, em fevereiro, o calendário de repasses para trabalhadores, com previsão de R$ 30,7 bilhões a serem pagos ao longo de 2025.
  • Lote residual do Imposto de Renda: cerca de R$ 864,8 milhões (31/01).
  • Requisições de Pequeno Valor (RPVs) do INSS: R$ 3,9 bilhões foram destinados a aposentados e pensionistas, no bimestre.

Perspectivas para o trimestre

A tendência para os próximos meses é de recuperação do ritmo de consumo. A partir de março, novos estímulos devem reforçar a renda das famílias, como a liberação escalonada de R$ 12 bilhões via Saque Aniversário do FGTS e recursos do Programa Pé-de-Meia.

“Com esses recursos extras e a continuidade das políticas de transferência de renda, projetamos um desempenho mais favorável para o consumo até o fechamento do primeiro trimestre. A pressão inflacionária sobre os alimentos persiste, mas esses estímulos devem contribuir para sustentar o poder de compra das famílias”, conclui Milan.

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