Por Renato Müller
Se 2023 foi o ano em que a IA Generativa explodiu e 2024 viu muitos projetos-pilotos e experiências, em 2025 deveremos ver um grande amadurecimento da tecnologia, com aplicações práticas gerando resultados nos supermercados. Para David Dorf, líder de Soluções Globais de Varejo da AWS, o pico do “hype” já ficou para trás, além de boa parte das desilusões sobre o uso da tecnologia. Ao menos no mercado americano.
Em um artigo publicado no blog da AWS, Dorf aponta 3 casos específicos de uso e 3 tecnologias ligadas à IA Generativa que precisam estar no radar dos supermercados:
Caso de uso #1: assistentes virtuais de compra
O conceito é simples: perguntar para um chatbot movido a IA Generativa sobre algo que o cliente tenha dúvida – a característica de um produto, itens que possam harmonizar em uma receita ou o melhor modo de preparo. É o que a Amazon está promovendo com o Rufus, seu assistente pessoal conversacional, que, ao contrário da Alexa, se propõe a entender o contexto – em vez de funcionar com base em comandos pré-programados.
Caso de uso #2: hiperpersonalização
O uso de machine learning em processos de personalização não é nenhuma novidade – a Amazon faz isso há 25 anos, desde que seu site começou a comparar o que clientes com perfil semelhante também compravam ou descartavam de seus carrinhos de compra. Com a IA Generativa, a própria experiência de compra pode ser personalizada, com mensagens publicitárias, resultados de busca, textos nas páginas de produto e mesmo conversas com chatbots adaptadas a cada consumidor.
Caso de uso #3: provadores virtuais
A IA Generativa abre a possibilidade de apresentar visualmente os produtos dentro de um contexto, para que os consumidores entendam melhor como aquele item funcionará em suas vidas. É fácil perceber como a tecnologia se aplica no vestuário, mas a ideia de um provador virtual também pode funcionar para muitos produtos vendidos nos supermercados e que se beneficiam de uma visualização mais caprichada.
Tecnologia #1: Agentes de IA
Uma conversa com um chatbot pode resolver vários problemas, mas não costuma estar ligada a uma ação efetiva. Os Agentes de IA se propõem a realizar tarefas específicas sem intervenção humana. Uma aplicação clara para os supermercados está na precificação automática de produtos: um robô pode acompanhar os preços da concorrência e fazer ajustes de acordo com parâmetros pré-estabelecidos.
Tecnologia #2: modelos específicos de linguagem
O time de cientistas da Amazon está trabalhando em um modelo de linguagem focado em varejo, a ser usado no assistente virtual Rufus. O sistema é treinado em um amplo catálogo de produtos, reviews de consumidores e outros dados, para melhorar a experiência de compra dos clientes ou dos colaboradores do negócio. A expectativa é que esse tipo de solução traga resultados mais precisos, com menos consumo de recursos (e custos mais acessíveis).
Tecnologia #3: usos autônomos
Para David Dorf, essa é uma tendência ainda nascente, mas com grande potencial. A ideia é permitir que um modelo de IA Generativa realize tarefas completas que um ser humano faria – como um pedido para um fornecedor, analisando dados de venda, determinando a quantidade ideal a ser reposta e preenchendo os documentos necessários. Um consumidor poderia automatizar a compra de um item, definindo um preço a partir do qual todo o processo de aquisição seria disparado.