Por Renato Müller
A perda de poder de compra dos consumidores americanos tem dado oportunidades para modelos de negócios que até o pré-pandemia tinham pouco espaço. O caso mais claro é o dos supermercados de descontos, evidenciado pela expansão da alemã Lidl na região de Nova York.
Ainda que adote uma postura menos agressiva que alguns concorrentes como a conterrânea Aldi, a Lidl usa tecnologia para otimizar seus pontos de venda, fazendo cada loja render mais e trazer mais benefícios para os consumidores.
A expansão na região de Nova York é considerada estratégica pela Lidl. E, assim como aconteceu em outras regiões dos Estados Unidos, a varejista não usa uma abordagem genérica: cada loja é trabalhada de acordo com as características dos consumidores locais.
“Nossos clientes gostam da nossa proposta de valor, mas trabalhamos constantemente no layout das lojas para melhorar a experiência de compra e mostrar que a simplicidade está no nosso DNA”, afirma o Chief Customer Officer da Lidl US, Frank Kerr.
A rede de supermercados tem rastreado o comportamento dos consumidores de cada loja, por meio de mapas de calor, para entender melhor como os clientes compram. Com isso, além de oferecer preços absurdamente baixos, a Lidl gera outros benefícios para os consumidores. “Para nós é importante que os consumidores podem economizar até 17 minutos em suas compras em uma de nossas lojas, além de fazer compras completas muito mais barato”, diz Kerr. A Lidl posiciona seus produtos de marca própria até 40% mais barato que as marcas líderes do mercado e, com isso, oferece um motivo importante para os clientes testarem.
Para Frank Kerr, essa é uma proposta de valor complexa. “Não é fácil manter a qualidade e apresentar preços super baixos, mas além disso adicionamos o valor de economizar tempo dos clientes, o que é muito valorizado pelos consumidores”, afirma o executivo. Segundo ele, a Lidl testa continuamente conceitos em lojas, como novas propostas de layout, fluxos de clientes no ponto de venda e a disposição dos produtos.