Por Renato Müller
Nos Estados Unidos, a Inteligência Artificial vem sendo vista pelos varejistas como uma forma de aumentar produtividade, otimizar a experiência do consumidor e aumentar as vendas. O Walmart vem liderando esse paradigma – e o desenvolvimento de agentes de IA que reduzem o esforço de colaboradores e clientes é uma parte importante de seu posicionamento.
Na edição mais recente de seu evento de inovação, o Retail Rewired, o Walmart destacou o lançamento de quatro “super agentes”: Marty (para sellers e fornecedores), Sparky (para clientes), o Agente do Associado e o Agente do Desenvolvedor. A ideia é que essas ferramentas automatizem parte das ações, facilitando, por exemplo, que o consumidor crie uma lista complete de compras para um evento. Com isso, o Walmart pretende eliminar atrito da experiência de compra e facilitar a interconexão em múltiplos pontos de contato com sua marca.
“Ter muitos agentes diferentes pode se tornar confuso muito rapidamente”, comentou Suresh Kumar, Chief Technology Officer do Walmart global, durante o evento. Por isso, cada um dos quatro agentes foi desenvolvido como um único ponto de entrada, a partir do qual é possível acessar outros agentes de IA que rodam na retaguarda.
Outra iniciativa importante do Walmart é o uso de “gêmeos digitais” (digital twins, que funcionam como uma cópia virtual de um espaço ou objeto físico). Ao replicar suas lojas e Centros de Distribuição em um ambiente digital, o Walmart consegue detector, diagnosticar e remediar problemas com até duas semanas de antecedência. O uso dessa tecnologia gera impacto direto nos custos. “No ano passado, reduzimos nossos alertas de emergências nas lojas em 30% e reduzimos os gastos com manutenção das geladeiras em 19% no mercado americano”, comenta Brandon Ballard, diretor de lojas do Walmart US.
O Walmart não é a única grande varejista a acelerar a adoção de Inteligência Artificial: a Amazon por exemplo, teve um aumento de 3.300% no uso de IA Generativa durante os quatro dias de Prime Day no mês de julho. No setor de Beleza e cosméticos, a Lush fez uma parceria com o Google para usar ferramentas de IA que permitam identificar produtos sem embalagens, o que tem um impacto direto no custo de treinamento dos profissionais da rede.