Home SeçõesEconomia CNPJ alfanumérico: avanço ou complicação? CEO do Assaí alerta para impactos da mudança

CNPJ alfanumérico: avanço ou complicação? CEO do Assaí alerta para impactos da mudança

Belmiro Gomes questiona novo modelo proposto pela Receita Federal e propõe solução mais simples e eficaz para garantir a continuidade dos negócios com menor custo e impacto tecnológico

De Redação SuperHiper
0 Comentário

Redação SuperHiper

A partir de julho de 2026, o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) deixará de ser exclusivamente numérico e passará a aceitar letras em sua composição. A medida, instituída pela Instrução Normativa RFB nº 2.229/2024, visa ampliar a capacidade de registros. No entanto, a solução proposta tem gerado preocupações entre lideranças empresariais. Para o CEO do Assaí Atacadista, Belmiro Gomes, a mudança representa um risco técnico e financeiro que poderia ser evitado com uma simples atualização no modelo atual.

Embora reconheça a necessidade de expandir a base de registros, Gomes destaca um ponto crítico: “já trabalhei com sistemas em diferentes linguagens e conheço a infraestrutura digital da maioria das empresas brasileiras. Essa mudança parece simples, mas não é. A troca de um campo numérico para um alfanumérico exige muito mais do que aceitar letras no sistema. São alterações profundas nos bancos de dados, softwares de cadastro, emissão de notas e equipamentos de automação comercial”, afirma o executivo.

Ele também lista uma série de impactos para as empresas, especialmente em um momento de fragilidade econômica, como custos expressivos com reprogramações em sistemas fiscais, ERPs, bancos de dados, certificados digitais, emissão de notas e EDI. “Além disso, há a incompatibilidade com equipamentos amplamente usados hoje, como PIN pads, maquininhas de cartão e até os teclados numéricos dos celulares”, explica.

O impacto vai além da área de tecnologia e alcança também a experiência do consumidor, que pode enfrentar dificuldades nas jornadas de pagamento e nos cadastros em terminais de autoatendimento e online, dificultando processos e afastando o cliente do seu objetivo.

Diante desse cenário, o CEO do Assaí propõe como alternativa a ampliação da raiz do CNPJ de 8 para 9 dígitos numéricos, como já ocorre com o CPF. “Isso resolveria o problema por décadas e manteria a compatibilidade com os sistemas atuais. Seria uma mudança muito mais racional, com mínimo impacto e máximo aproveitamento da base tecnológica existente”, conclui.

A reflexão convida o setor a discutir, de forma aprofundada, os efeitos da normativa e a buscar caminhos viáveis que aliem inovação, viabilidade técnica e eficiência operacional. Para acessar a íntegra da Instrução Normativa RFB nº 2.229/2024, clique aqui.

Leia Também

Publicação oficial da  Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS)

SuperHiper é a publicação oficial do setor supermercadista, produzida pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) há 50 anos. É uma importante ferramenta utilizada pela entidade para compartilhar informações e conhecimento com todas as empresas do autosserviço nacional, prática totalmente alinhada à sua missão de representar e desenvolver os supermercados brasileiros.

Leia a última edição

Abras

Super atualizada. Hiper Conectada