Por Renato Müller
A IA Generativa em geral está transformando a maneira como as pessoas encontram produtos online. E nessa mudança de comportamento, o Walmart vem se destacando. No mês de agosto, de acordo com dados da Similarweb, 20% dos consumidores que chegaram ao Walmart.com a partir de um link em outro site foram direcionados pelo ChatGPT.
Embora a atividade total de compras a partir do ChatGPT ainda seja pequena, vem crescendo rapidamente. A Etsy, marketplace de produtos para a casa, já tem mais de 20% de seu tráfego de referrals proveniente do ChatGPT – na Target, esse índice é de 15%.
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O crescimento do tráfego via ChatGPT não acontece por acidente, e sim por estratégia. O Walmart, que tem menos de 20% de suas receitas vindas do online, busca atrair clientes para suas plataformas digitais independentemente da origem. A ideia é que, se a IA Generativa realmente se tornar o principal ponto do início das jornadas de compra, o Walmart estará bem posicionado para ser o destino desse tráfego de clientes.
Essa abordagem contrasta fortemente com a da Amazon, onde menos de 3% do tráfego de referrals vem do ChatGPT. Neste caso, existe uma concorrência direta: segundo a Jungle Scout, 56% dos consumidores americanos iniciam suas buscas por produtos diretamente na Amazon. Abrir espaço para o ChatGPT e permitir que ele rastreie dados em seu site prejudicaria os acessos diretos e, principalmente, o negócio de publicidade da Amazon.
Essa não é uma briga de pouco dinheiro: o Marketplace Pulse afirma que anunciantes gastaram mais de US$ 50 bilhões em 2024 para alcançar clientes dentro do marketplace da Amazon – um volume financeiro que vai direto para o balanço financeiro da empresa. Para evitar que essa receita seja perdida, a Amazon bloqueia chatbots de IA que buscam dados detalhados de produto que possam ser usados em recomendações.
