Depois do carrinho “inteligente”, chega a vez da cestinha equipada com sensores, câmeras e inteligência artificial (IA) para calcular o valor das compras em tempo real e permitir que o consumidor efetue o pagamento diretamente no equipamento, reduzindo e até eliminando filas nos caixas.
“Desenvolvemos uma solução inovadora que transforma a experiência de compra do cliente, proporcionando rapidez e autonomia. Ao mesmo tempo, o lojista ganha maior controle operacional, especialmente em gestão de estoque e em prevenção de perdas, graças ao monitoramento contínuo proporcionado pela tecnologia embarcada”, explica o CEO da empresa, Juliano Camargo.
O lançamento da cestinha “inteligente” aconteceu durante a APAS Show 2025, na semana passada, em São Paulo. Segundo a Nextop, a flagship Nestlé Store São Paulo foi o primeiro cliente a lançar mão da novidade como projeto-piloto. A operação oficial está prevista para ser iniciada em junho deste ano. A meta é atingir 400 cestinhas “inteligentes” em campo até dezembro. Outros projeto-pilotos foram firmados com duas redes varejistas regionais do Sul e do Sudeste do País.
Segundo a empresa, entre as vantagens da solução para o varejista está o menor custo. A versão básica da cestinha “inteligente” custa cerca de 15% do valor de um carrinho “inteligente” e aproximadamente 40% do preço médio de um self-checkout tradicional. Outros benefícios são: não ocupar espaço de piso (o usuário a carrega enquanto faz compras) e tripla validação (código de barras, reconhecimento por inteligência artificial e conferência de peso), o que faz com que as perdas operacionais caiam a níveis residuais, em torno de 0,01 % (bem abaixo do patamar tradicional de 1,88%).
Adicionalmente, a exemplo do que ocorre com os carrinhos “inteligentes”, essa nova solução permite a realização de ações de retail media, que reduzem o payback e ampliam a geração de receita incremental pelo varejista.
Também importante destacar que soluções que automatizam o processo de check-out tem sido estratégica num momento em que o varejo alimentar sofre com a escassez de mão de obra.
No caso do consumidor, os pontos positivos são: ergonomia e tecnologia que aceita NFC, QR, chip, tarja – sem cadastro prévio, bem como recibo 100 % digital, isto é, mais sustentável.
Porém, há alguns pontos de atenção: treinar equipe no novo fluxo, divulgar benefício ao shopper para incentivar adoção e planejar rotina de recarga (bateria). Além disso, o primeiro contato pode gerar dúvidas, dessa forma, a loja precisa de um promotor durante o lançamento.
Na avalição da empresa, as praças mais receptivas para a adoção das cestinhas “inteligentes” são: interior e Grande São Paulo (alto fluxo por metro quadrado, cultura de tecnologia e forte competição de preço), litoral paulista e Norte do Paraná (tíquete médio premium e redes regionais inovadoras), bem como o Distrito Federal e Goiânia (poder aquisitivo elevado e lojas gourmet multiformato).
Carrinhos
Anteriormente, em 2022, a Nextop lançou o Smart Cart, o carrinho “inteligente” com tela touch screen, balança integrada e leitor de código de barras que também permitia consulta de preços e pagamento no próprio equipamento.
Três anos depois do lançamento com o Enxuto, em Campinas (SP), os carrinhos “inteligentes” da Nextop saíram da fase de prova de conceito e iniciam a rota de escala nacional. Até maio deste ano, a solução já está em operação em regime pleno nas redes: Enxuto, Savegnago, Brasão, Bistek, Rede Litoral, Empório Prime. Adicionalmente, há uma operação em implantação em Natal (RN).
A projeção até o fim do ano é que essa tecnologia passe a fazer parte da rotina de 20 redes e 120 lojas, totalizando 720 carrinhos “inteligentes” operantes.
Entre as vantagens da solução para o varejista estão: aumento de 30% no tíquete médio frente ao check-out tradicional e elevação de 330% na comparação com um terminal de autoatendimento, redução de filas, prevenção de perdas com tripla validação (código, câmeras IA e peso), diminuição de furtos (percentual inferior a 0,1 % ante índice de 3% a 8% do self-checkout). Adicionalmente, o carrinho “inteligente” permite ações de retail media. Para ter uma ideia, 20 segundos de mídia a R$ 0,07 podem gerar uma renda de até R$ 7 mil por mês por carrinho. O payback estimado varia de seis a oito meses, mas tende a ser reduzido por meio de ações de retail media e de redução nas perdas.
Quanto a pontos de atenção, eles estão relacionados a: gestão de mudanças (engajar equipe e shoppers), treinamento inicial e suporte da equipe de Tecnologia da Informação (TI) e investimento superior a um self-checkout simples (compensado pela redução das perdas e retail media, conforme mencionado anteriormente).
Para os consumidores, os principais benefícios são: processo de check-out sete vezes mais rápido, controle de gastos em tempo real, ofertas personalizadas via tela e aceitação de NFC, QR, chip, tarja – sem cadastro prévio. Por sua vez, o desafio recai sobre a curva de aprendizado nas primeiras compras.
A empresa destaca que um ganho comum está relacionado à sustentabilidade com a eliminação de 100 kg/ano de papel-recibo por loja. E o lançamento Smart Cart / carrinho “inteligente” 4.0 com visão computacional aprimorada e personalização em IA generativa, bem como sommelier digital integrados.
