O Carrefour francês melhorou sua proposta para adquirir todas as ações em circulação de sua subsidiária brasileira. O valor em dinheiro que pagaria por ação do Carrefour Brasil passou de R$7,70 para R$8,50, conforme comunicado divulgado na quinta-feira (3).
Isso representa um prêmio de 46% sobre a média ponderada pelo volume do preço das ações no último mês anterior ao anúncio inicial, em 11 de fevereiro, disse o Carrefour, que acrescentou que essa é a “melhor e última” oferta do grupo.
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Os acionistas minoritários também terão a opção de receber 1 ação do Carrefour para cada 9,96 ações da unidade brasileira. Antes, essa relação de troca consistia em receber 1 ação do grupo francês por 11 papéis do Carrefour Brasil.
A terceira opção aos acionistas como contrapartida por suas ações combina o pagamento de R$4,25 em dinheiro por ação do Carrefour Brasil mais 1 ação do Carrefour para cada 19,92 ações da controlada brasileira.
Inicialmente, a proposta para essa opção previa pagar R$3,85 em dinheiro por ação da unidade brasileira mais 1 ação do grupo francês para cada 22 ações do Carrefour Brasil.
Informações divulgadas em fato relevante afirmam que a atualização tem por objetivo unificar as bases acionárias do Atacadão e do Carrefour S.A. (CSA), oferecendo aos acionistas a opção de liquidez em termos justos, com um prêmio sobre o preço médio das ações.
Segundo o Grupo Carrefour Brasil, a nova relação de troca garante aos acionistas a possibilidade de escolher entre diferentes classes de ações preferenciais da MergerSub, que são resgatadas por ações ordinárias do CSA ou BDRs, ou ainda um pagamento em dinheiro.
A decisão busca proporcionar maior liquidez aos acionistas, permitindo a migração para o CSA, mantendo uma exposição indireta ao Grupo Carrefour Brasil (GCB). Além disso, a empresa destaca que os custos estimados para a implementação da transação são de aproximadamente R$ 18 milhões.
No comunicado, o varejista europeu disse que a nova proposta “reflete a confiança contínua do grupo nas perspectivas de longo prazo do Carrefour Brasil, bem como seu compromisso em oferecer um valuation atrativo aos acionistas minoritários”.
A Assembleia Geral Extraordinária (AGE), prevista para 7 de abril, para tratar da proposta foi cancelada. Uma nova foi convocada para o dia 25 de abril, agora considerando a nova relação de troca, a fim de permitir que todos os acionistas tenham tempo suficiente para analisar a transação sob os novos termos.
O grupo francês acrescentou em seu comunicado que a transação ainda está prevista para ser concluída antes do final do segundo trimestre de 2025.
As ações do Carrefour Brasil encerraram o pregão desta quinta-feira em alta de 0,95%, a R$7,43 cada.
Histórico
Em fevereiro deste ano, o Carrefour Brasil anunciou que o seu controlador, o grupo francês Carrefour, apresentou proposta para converter a companhia em subsidiária integral, com a consequente exclusão da empresa da lista de ações negociadas na bolsa brasileira B3.
A controladora quer transformar o Atacadão em uma subsidiária integral, tendo assim 100% do controle que hoje é de cerca de 70%, segundo dados da Bloomberg.
Esse processo será seguido pelo resgate das “ações resgatáveis”, acrescentou o Carrefour Brasil em fato relevante ao mercado.
Em um fato mais recente, no mês passado, um dos principais acionistas do Carrefour Brasil, o grupo Península, a empresa de gestão de ativos da família Diniz Península, passaram por uma reorganização societária, resultando na desvinculação do Fundo de Investimento em Participações (FIP) da gestão da Península Partners.
Por conta dessa reorganização societária, a participação do grupo na rede de varejo caiu para menos de 5%.
Segundo o comunicado, o Península II Fundo de Investimento em Participações — Multiestratégia (FIP) “deixou de estar sob gestão da Península Partners Gestão de Investimentos”.
Com isso, as participações da Península no Carrefour caíram de 7,3%, segundo informações do Carrefour Brasil, para 4,9%, o equivalente a cerca de 103,5 milhões de ações.
Fonte: InvestNews
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