Grupo institui novo modelo de contrato de trabalho com tolerância zero para racismo
O anúncio foi feito em um evento online nesta quarta-feira pelo presidente do Carrefour, Noël Prioux, que deixará bem claro a posição da maior rede de supermercados no país: a partir de agora é tolerância zero para o racismo em todas as lojas do grupo. No evento que contará com a participação virtual de 16 mil fornecedores, importantes ações serão anunciadas como a nova cláusula no contrato de trabalho que estipula tolerância zero para o racismo, o apoio à carreira de pessoas negras e a divulgação de um canal de denúncias entre oito políticas antirracistas.
Esse programa é lançado 5 meses após a morte violenta do negro João Alberto Freitas por seguranças em uma loja em Porto Alegre no dia da Consciência Negra. Diante as manifestações Brasil afora e as repercussões mundiais, o grupo organizou um Comitê de Diversidades.
Em entrevista à jornalista Amália Safatle, Prioux disse que a partir de agora que no mínimo, 50% dos contratados serão negros. O CEO do grupo no Brasil reforçou que o Carrefour precisa ser 100% transparente em suas ações e a ordem é capacitar as pessoas selecionadas para atuar como segurança. Nesse sentido, toda e qualquer ação será filmada por câmeras espalhadas pelas lojas.
Tão logo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, Cade, aprove a aquisição do BIG, o Carrefour se tornará o maior empregador do país com 137 mil funcionários, 40 mil a mais que hoje. Durante o anúncio das novas políticas, haverá um debate entre os presidentes da P&G, Juliana Azevedo, e Nestlé, Marcelo Melchior. O fundador da Central Única das Favelas, CUFA, Celso Athayde também participa da discussão para 16 mil pessoas.
O presidente do Carrefour no Brasil diz que até setembro não terá nenhum funcionário terceirizado contratado na rede. A empresa investe cerca de R$ 5 milhões na contratação, treinamento e ferramentas de monitoramento com os 416 funcionários da empresa.
Fonte: Valor Econômico