Principais redes veem alta nas vendas de itens private label e jogam duro nas negociações com a indústria para continuar a atrair clientes para as lojas
*Renato Müller
Os consumidores britânicos estão optando cada vez mais por produtos de marca própria dos supermercados, em uma tentativa de minimizar os efeitos da inflação. Redes como Sainsbury’s, Tesco e Aldi têm notado um aumento na procura por itens private label em categorias tão diversas quanto massas, pães e feijões. De acordo com a Aldi, no último mês as vendas de marcas próprias avançaram 2,9%, enquanto as de produtos de marcas de primeira linha diminuíram.
Ao mesmo tempo em que os consumidores buscam opções mais econômicas, o varejo britânico também faz jogo duro com a indústria, tentando evitar repasses de preço. No início deste mês, a Tesco, maior supermercadista do Reino Unido, considerou “injustificáveis” os aumentos de preço propostos por fornecedores como Kraft Heinz e Mars, ameaçando deixar de abastecer suas lojas com itens dessas empresas.
Para atrair mais consumidores, as marcas próprias têm sido o foco de promoções de várias redes. A Aldi, por exemplo, passou a destacar seus itens private label na comunicação promocional, enquanto a Sainsbury’s decidiu brigar em preço com a rival em 240 itens, incluindo os 20 que os consumidores compram com mais frequência. A Tesco, por sua vez, anunciou que irá cobrir os preços da Aldi em mais de 600 produtos.
Um estudo realizado pela Aldi indica que os consumidores podem economizar até £542 por ano ao trocar marcas líderes por itens de marca própria das principais redes britânicas. Essa economia seria mais que suficiente para compensar a alta da inflação, que, segundo análise da Kantar, deverá aumentar o custo das compras em supermercados em £380 até o final do ano. Um outro dado, da consultoria Assosia, mostra que nos últimos 12 meses mais da metade do sortimento de um supermercado típico, ou cerca de 22 mil SKUs, tiveram aumentos de preços.