À frente da maior empresa de atacarejo listada na bolsa de valores e da empresa mais presente nos lares brasileiros, Belmiro Gomes fala da transformação do Assaí nos últimos anos bem como do cenário econômico externo – como o impacto da inflação alimentar e das bets na renda do brasileiro e o quanto a Selic a dois dígitos atrapalha os negócios.
“Neste patamar, a Selic reduz o nível de investimento das empresas”, afirma na entrevista cedida à Folha de S. Paulo. “As quatro companhias de capital aberto do varejo alimentar venderam R$ 250 bilhões em 2024, mas tiveram menos de 1% de lucro líquido. O pagamento de juros é duas vezes maior do que o lucro. Fora isso, tira o poder de compra da população, as pessoas se endividam”, completa.
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Na matéria, Belmiro comenta sobre o sucesso do modelo de atacarejo no Brasil – segundo ele, o formato nasceu dessa forma no país e aqui encontrou seu espaço. “No início, era um modelo muito eficaz para vender a preço baixo. Nos últimos 10 anos, procuramos oferecer uma experiência de compra mais agradável”, afirma. Hoje, 44% da venda ao consumidor final do Assaí é da classe AB.
Sobre o futuro do Assaí, Gomes é enfático: “a única certeza é que estaremos errados em qualquer previsão. Precisamos estar sempre preparados para qualquer desafio”.
O CEO, entretanto, conta que a companhia está olhando para a força da marca (40 milhões de pessoas passam, por mês, nas 302 lojas da rede) para levar também a oferta de preço baixo a outras categorias. Um exemplo é a de medicamentos sem prescrição. “Muito provável que conseguiríamos reduzir muito o preço dessa categoria, assim como hoje somos um dos maiores revendedores de pneus do país”, explica.
Fonte: Folha de S. Paulo