Cada vez mais atento na jornada do cliente, o varejo alimentar, assim como o comércio em geral, segue inovando e renovando. Depois de incluir categorias como padaria, adega, FLV e açougue, as empresas atacadistas vêm agora apostando em galerias comerciais para a instalação de lojas diversas, academias e restaurantes.
No caso do Assaí, algumas de suas lojas herdaram esse conceito, quando da conversão de unidades de hipermercados para o modelo atacarejo. Entretanto, nos últimos tempos, esses espaços vêm se tornando parte do projeto de construção de novos empreendimentos.
A mais nova loja do Assaí, instalada no Guarujá, município do litoral paulista, por exemplo, terá uma área destinada à galeria, prevista para começar a funcionar em março deste ano. “É primeira vez que a área de galerias foi decidida na concepção do projeto”, declarou o diretor de expansão & galerias comerciais do Assaí Atacadista, Fernando Basílio.
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Segundo especialistas, a transformação dos atacarejos, foi provocada também pela forte concorrência, isso devido a entrada de novas bandeiras na disputa pelo consumidor. O setor entende que com a ampliação na prestação de serviços e galerias nas lojas, os estabelecimentos querem que os consumidores aumentem o número de visita à loja, gastem mais e se tornem clientes “fiéis”.
Segundo o consultor e sócio da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, Eugênio Foganholo, poucos atacarejos mantêm hoje o conceito original de apenas focar no preço baixo das mercadorias. “A nova demanda do consumidor vem impulsionando as mudanças pelas quais o atacarejo está passando. O consumidor muda e o atacarejo acompanha”, declarou Eugênio.
Em tom crítico, o presidente do Roldão, Ricardo Roldão, avalia a questão da similaridade no modelo de negócio das redes supermercadistas e atacadistas, da seguinte forma: “Eu sou um pouco crítico das similaridades entre supermercados e atacadistas. Estamos chamando de gourmetização dos atacarejos e eu sou um pouco contra isso, sou bastante resistente na empresa em relação a isso, mas nós temos que olhar muito o que o consumidor quer. Eu acho que, em algumas redes, o consumidor entra e não identifica mais que aquilo é um atacado puro, porque tem alguns operadores hoje no Brasil que colocam peixaria, flores, rotisseria, e isso é algo tradicional do hiper e supermercado tradicional”.
Fonte: Estadão e Times Brasil