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Assaí apresenta visão estratégica para 2026 e reforça eficiência, tecnologia e lançamentos

Iniciativas como marcas próprias, Mundo Saúde e a ampliação do ecossistema de serviços financeiros sustentarão o crescimento da empresa a partir do ano que vem

De Redação SuperHiper
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Em encontro exclusivo com a imprensa, o Assaí Atacadista antecipou os principais destaques do Investor Day 2026, que aconteceu nesta terça-feira, 18 de novembro, em São Paulo. A empresa apresentou seus resultados, perspectivas e iniciativas estratégicas para o próximo ano, além de reforçar uma agenda desenhada para enfrentar um ciclo macroeconômico mais duro. Com um dos maiores faturamentos do setor, segundo lugar no Ranking ABRAS, presença nacional consistente e uma marca avaliada em R$ 12 bilhões, a companhia projeta um novo momento pautado por eficiência, disciplina financeira e expansão de ecossistema, fatores que devem redefinir o ritmo de competitividade no atacarejo e influenciar diretamente o varejo alimentar.

Comandado pelo CEO da companhia, Belmiro Gomes, o encontro destacou três movimentos centrais: a criação de uma estratégia de marcas próprias, o desenvolvimento de um projeto-piloto para a entrada no segmento farmacêutico e a ampliação do ecossistema de serviços financeiros.

Cenário do consumo apresenta desafios

O Assaí reconhece que opera em um ambiente adverso: 80 milhões de inadimplentes, juros elevados, retração do food service e queda de volume no varejo alimentar. Esses vetores comprimem o poder de compra e deslocam o consumidor para alternativas de menor preço — movimento que beneficia o formato de atacarejo, mas exige inteligência fina.

A leitura macroeconômica apresentada pela companhia é clara: trata-se de um período de racionalização extrema do consumo. O shopper troca marcas, busca promoções agressivas, alterna canais e reconfigura cestas. Esse fenômeno reforça a vantagem estrutural do cash & carry, preços competitivos, sortimento amplo e lojas preparadas para abastecimento e reposição.

Esse movimento é reflexo de um cenário desafiador e sinaliza cautela para 2026. Os consumidores sentem os impactos do momento econômico e buscam se adaptar, migrando parte de sua cesta para categorias de menor preço, novas opções, marcas mais acessíveis e diferentes canais de compra. Em sua análise, o CEO destacou a diferença de preço de uma mesma cesta com marcas distintas: produtos de primeiro preço podem reduzir o valor total em 41,8% em comparação às marcas líderes — uma discrepância sentida diretamente no bolso e refletida no caixa.

Com base nessa leitura, o Assaí reforça sua excelência operacional em cada loja, com capacidade de oferecer sortimento, serviços e preços adequados aos mais diversos perfis de consumidores.

Farmácia, marca própria e serviços financeiros

Durante a apresentação, Belmiro Gomes apresentou as novas frentes da empresa. Entre elas está o “Mundo Saúde”, que concentrará o desenvolvimento de iniciativas relacionadas à saúde e bem-estar. O primeiro projeto será a criação de farmácias, inicialmente localizadas nas galerias de unidades selecionadas. Caso o Projeto de Lei 2.158/2023, que autoriza a venda de medicamentos em supermercados mediante estrutura e farmacêuticos exclusivos, seja aprovado, essas farmácias poderão migrar para a área interna das lojas. O Assaí destacou ainda sua posição privilegiada no acesso ao público, com fluxo mensal de aproximadamente 40 milhões de clientes, segundo a NielsenIQ Homescan.

Outra iniciativa anunciada é o desenvolvimento de produtos de marcas próprias, um modelo de negócio já consolidado globalmente e que ganha força em cenários de maior desafio econômico. No contexto atual, em que o consumo segue pressionado e os(as) clientes estão mais predispostos(as) a buscar alternativas mais econômicas, o Assaí vê nessa frente a oportunidade de oferecer itens de qualidade a preços mais acessíveis. A proposta é posicionar esses produtos em um meio-termo entre as marcas líderes e as opções de primeiro preço, assegurando qualidade final.

Inicialmente, serão duas marcas: uma que levará o próprio nome — Assaí — com foco no(a) consumidor(a) final, e outra — Chef — já existente e que será remodelada para atender melhor às necessidades do público pessoa jurídica. O projeto terá início nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, considerando a escala da empresa nessas regiões (mais de 150 lojas nos dois Estados). A estratégia também inclui privilegiar fornecedores locais, levando em conta questões logísticas e tributárias que contribuam para um preço final menor. A iniciativa busca fortalecer margens e ampliar a fidelização. O portfólio inicial está em estudo e deve incluir itens de alta penetração e grande relevância tanto para consumidores finais quanto para o público PJ, que contará com embalagens e formatos maiores.

A expansão dos serviços financeiros completa o conjunto de novidades. O Assaí criará um ecossistema integrado, com soluções voltadas a pequenos(as) e médios(as) comerciantes(as). A estratégia inclui o lançamento de uma maquininha própria para clientes PJ, a ampliação da presença desse público no ecossistema digital por meio do novo aplicativo “Meu Negócio Assaí”, totalmente focado nas necessidades da pessoa jurídica, além da ampliação do portfólio financeiro com uma conta digital. O Assaí também lançará um cartão de débito e a funcionalidade de cashback nas compras, pensados para ampliar a retenção e reforçar a recorrência. Todo o ecossistema levará o nome Assaí Pay.

Recuo nos investimentos

Segundo o CEO, a empresa investirá R$ 700 milhões em 2026, frente aos R$ 1 a 1,2 bilhão aplicados em 2025, que serão distribuídos entre infraestrutura, TI e projetos de inovação, manutenção, reforma e expansão. No quesito novas lojas, a companhia pretende abrir 10 unidades no ano que vem, com investimento de terceiros.

Capex moderado, expansão calibrada e foco mostram que crescer não é o mesmo que expandir a qualquer custo. No ambiente atual, liquidez, produtividade e retorno sobre capital ganham protagonismo.

Esse é o recado ao mercado: 2026 será um ano em que eficiência operacional pesará mais do que metros quadrados inaugurados.

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