Especialistas em varejo e em gestão corporativa mostram como tratar de temas ambientais, sociais e de governança para construir o futuro dos negócios e gerar bem-estar para a sociedade
O pleno exercício do conceito de coopetição tem terreno fértil nos campos da governança ambiental, social e corporativa. Por isso mesmo, a Convenção ABRAS 2021 reservou um especial momento para abordar o ESG junto ao setor supermercadista, nesta terça-feira (21). Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e líder da KPMG Impact, abriu os trabalhos pontuando que não é exagero o que alguns especialistas chamam de “tsunami” ESG.
Ela enfatizou que o conceito ESG não é novidade, mas que agora chegou com toda força para ficar. “Mudanças climáticas e campanhas contra o racismo são alguns exemplos que transformam o modo como os negócios acontecem. As lideranças precisam estar preparadas para lidar com essas e outras questões que vem de fora para dentro do negócio. A agenda ESG faz parte do nosso cotidiano e, hoje, as empresas entendem que se tornaram atores importantes e críticos desse modelo sustentável de negócio”, ressaltou a especialista.
A executiva relembrou, resumidamente, que essas questões são tratadas desde 1948, ocasião da Declaração Universal dos Direitos Humanos na ONU (Organização das Nações Unidas), e que a partir do começo do século XXI a discussão sobre os recursos disponíveis no mundo para a sobrevivência de todos chegou aos investidores financeiros. Ou seja, mexeu com a economia e as lideranças empresariais de todos os setores.
A pergunta que Nelmara Arbex fez aos participantes do evento foi: “Como ajudar a sociedade e as empresas a continuar prosperando ao mesmo tempo que avança nas soluções dos problemas?” De acordo com ela, os desafios são claros: criar uma sociedade sem discriminações e promover a igualdade, combater o aumento da pobreza, preservar os recursos híbridos, atentar a questão das mudanças climáticas e a emissão de gases de efeito estufa, promover a economia circular, etc. “Para entender o impacto que esses temas têm em nossos negócios e achar soluções para eles, vamos precisar cooperar, como bem destaca o tema deste evento. Não há nenhuma forma de resolver os problemas e buscar as soluções e inovações sem a cooperação”, enalteceu.
Ao encerrar sua fala, a especialista confirmou que “vamos ter que trabalhar com metas ousadas para alcançar os objetivos”. E ainda avisou que pesquisas indicam que o Brasil tem boas chances de se tornar o País do futuro. “Vamos cooperar?”, indagou Nelmara.
ESG no varejo catarinense
Na sequência, o mediador do painel, Carlo Pereira, diretor executivo do Pacto Global da ONU Brasil, tomou a palavra e citou o exemplo de Larry Fink, CEO da BlackRock, como gestor que investe fortemente na agenda ESG. Após falar de Fink, Pereira pediu para que o varejista José Koch, presidente Koch Supermercados (SC), compartilhasse sobre sua experiência com a agenda ESG.
De acordo com José Koch, não tem como dissociar o crescimento de sua empresa com as questões ambientais, sociais e de governança. Ele comentou que a agenda ESG é algo novo para o setor varejista, principalmente para os pequenos e médios do setor. E, exatamente, por isso, ele recomenda que o varejista divulgue suas ações para incentivar os demais. Mesmo que elas sejam mais comuns e muita gente já esteja fazendo.
“No Koch, há aproveitamento correto de materiais como papelão e plástico. Destinamos para empresas certificadas o óleo usado em nossas lojas. Reutilizamos a água da chuva, usamos de maneira correta a energia elétrica, inclusive com equipamentos adequados. Quanto ao S da agenda, realizamos algumas ações, entre elas o Troco Solidário, que no ano passado rendeu R$ 500 mil. Quero dizer que a governança é de extrema importância também, pois evita conflitos com os sócios. Quando a empresa prática a governança, ela cresce porque fica transparente”, compartilhou Koch.
Portas sustentáveis
Para cooperar com os supermercadistas no enfrentamento das questões trazidos no painel, Carlo Pereira convidou Nicolau Junior, CEO da MegaDoors, para contar de que maneira a empresa pode ajudar a colocar a teoria em prática.
O executivo contou que, como líder no mercado de portas automáticas, a empresa está sempre em busca das melhores soluções para seus clientes varejistas, principalmente na área frigorificada. “Trabalhamos com produtos de alta tecnologia, modelos encontrados na China, Itália e Estados Unidos. Oferecemos soluções com portas de armazenagem até as da área de congelados, que é exatamente onde está a “dor” dos varejistas. As nossas portas de alta performance garantem segurar a temperatura adequada e, com isso, gerar economia em torno de 25% de energia. Além, claro, de evitar a perda dos alimentos. Temos a conscientização de buscar as energias limpas, gerando benefício para nós e todo mundo”, ressaltou Nicolau Junior.
Para saber mais detalhes desse e dos outros painéis da 55ª edição da Convenção ABRAS, confira a cobertura completa na próxima edição da Revista SuperHiper. E confira o evento vivo pelo endereço convenção.abras.com.br.