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O futuro dos supermercados começa hoje

Para Sidney Manzaro, da Alvarez & Marsal, setor precisa ser protagonista no uso de dados para agregar valor ao negócio

De Edevaldo Figueiredo
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Por Renato Müller

Como disse Philip Kotler em sua apresentação na ABRAS’24 food retail future, o varejo que ficar parado esperando o futuro chegar acabará ficando para trás. Para o sócio das indústrias de bens de consumo e varejo da Alvarez & Marsal Brasil, Sidney Manzaro, o futuro precisa começar hoje, com as informações que os supermercados já possuem dentro de casa.

“As informações que são proprietárias do varejo precisam ser trabalhadas pelo varejo de forma protagonista, em vez de sair do negócio e voltar de forma envelopada, agregando valor para outros”, provoca o executivo, um dos palestrantes da ABRAS’24 food retail future, que termina hoje em Campinas (SP). Nesse processo, é necessário trabalhar as informações existentes no negócio para transformar em valor, gerando lucratividade e relevância.

Para Manzaro, não se trata de uma revolução dentro do supermercado – e sim de fazer mais com o que se tem. “É preciso ter disciplina para dar um passo por vez, mesmo que passos pequenos. Tem que avançar e sair da inércia para criar reputação e diferenciação”, afirma.

Entre as oportunidades de ganho imediato estão, por exemplo, a redução das perdas operacionais, que hoje representam R$ 20 bilhões ao ano em oportunidades a serem capturadas. Outro exemplo é aumentar a eficiência das ações promocionais. “As melhorias de eficiência trazidas pela inteligência de dados mais que pagam os investimentos feitos”, justifica Manzaro.

Entretanto, esse processo de incorporar dados ao negócio para obter melhorias contínuas tem que ser feito de forma estudada, alinhada à estratégia do varejo. “Hoje conhecemos o consumidor de forma genérica, mas será que conhecemos os clientes em detalhes? Esse detalhamento é que abre novas fontes de receita e gera inovação para o negócio”, diz o executivo.

Entre possíveis novas fontes de receita estão negócios como os clubes de assinatura (R$ 1 bilhão ao ano), retail media (R$ 4 bilhões), marcas próprias (R$ 47 bilhões), foodservice (R$ 230 bilhões), saúde (R$ 400 bilhões) e entretenimento (R$ 33 bilhões). “São segmentos em que os supermercados poderiam entrar e ocupar espaço, a partir dos dados dos consumidores, com margens muito mais interessantes. Investir em conhecer o cliente permite avançar naquilo que é adjacente ao negócio e gera oportunidades”, completa.

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