A incerteza econômica – endividamento excessivo, arrecadação tributária ineficiente e padrões de gasto público desalinhados com a realidade econômica – tem moldado o comportamento de consumo da população na América Latina. Pesquisa recente revelou que, neste ano, os consumidores “managing” (que precisam controlar os gastos) se mantêm como maioria e respondem por 46% do total. Já o grupo “comfortable” (que consegue comprar tudo ou quase tudo o que deseja) passou de 25% para 27% da população na região. Já a parcela “struggling” (que vive no limite financeiro) recuou de 29% para 27%.
No México, Chile e Brasil, o grupo “comfortable” supera a parcela “struggling”. O México liderou essa recuperação (de 25% para 32%), seguido pelo Chile (de 33% para 36%) e pelo Brasil, que se manteve estável em 30%. Em contrapartida, na Argentina, na América Central e no Peru, embora haja avanço entre consumidores “comfortable”, os “struggling” ainda são maioria. Já na Bolívia, na Colômbia e no Equador, observou-se aumento da população em situação de maior vulnerabilidade. Na Colômbia, por exemplo, os “struggling” subiram de 28% para 34%.
Segundo o estudo, o cenário financeiro influencia diretamente os hábitos de compra. Dessa forma, embora a região apresente sinais de recuperação, com melhora no bem-estar financeiro de parte da população, nos países sob maior pressão econômica predomina a estratégia de contenção. Já em mercados com maior conforto financeiro, é mais comum encontrar consumidores ativos, em busca de promoções e oportunidades. Entender essas nuances é essencial para a indústria de bens de consumo se conectar de forma efetiva com os consumidores da América Latina.
As informações constam da terceira edição do estudo “Pressure Groups Latam”, da Worldpanel, que ouviu quase 15 mil pessoas em oito mercados.