Por Renato Müller
A Amazon anunciou o fechamento 14 supermercados Amazon Fresh no Reino Unido, a conversão das demais 5 unidades da rede para Whole Foods e a mudança de seu foco estratégico para o varejo online de alimentos, a partir de parcerias com redes como Morrisons, Co-op e Iceland. Segundo a empresa, a mudança de rota tem como objetivo aumentar a oferta de produtos e estar disponível com mais velocidade aos clientes.
A Amazon afirma haver “oportunidades muito significativas de crescimento na entrega de pedidos online de alimentos”, o que, aliado ao fechamento das lojas, mostra uma imensa dificuldade em ganhar espaço em um mercado altamente competitivo, em que redes estabelecidas há décadas, como Tesco, Sainsbury e Asda, inovam rapidamente tanto no varejo omnichannel quanto nas estratégias comerciais para lidar com o avanço de varejistas de desconto – como Aldi e Lidl.
Sem conseguir escala para brigar em preço ou em capilaridade com os players já estabelecidos, a Amazon opta por rever seus caminhos menos de cinco anos depois de desembarcar no Reino Unido. Em 2021, a empresa inaugurou seu primeiro ponto de venda fora dos Estados Unidos, em um bairro de Londres, com foco em conveniência e uso intensivo de tecnologia para oferecer uma experiência mais rápida de compra e opções de delivery e retirada de produtos.
Desde 2023, a Amazon vem revendo sua estratégia para supermercados em todo o mundo, com o fechamento de lojas Fresh nos Estados Unidos, reforço às operações Whole Foods e aceleração da integração omnichannel. No Reino Unido, em março a empresa inaugurou uma Whole Foods no bairro londrino de Chelsea – primeira inauguração da bandeira no país desde 2014.
Ainda assim, a presença da Amazon no varejo físico do Reino Unido é tímida: com as cinco lojas que deverão ser convertidas, mais uma prevista para o fim do ano que vem, a Whole Foods contará com apenas 12 lojas no país. A líder Tesco, por exemplo, conta com quase 3.000 pontos de venda na terra do Rei Charles.