Por Renato Müller
Na virada do ano, o grupo Alibaba vendeu sua participação de mais de 70% no Sun Art Retail Group, um dos principais operadores de lojas cash & carry do mercado chinês, para a empresa de private equity DCP Capital por um valor estimado em US$ 1,6 bilhão. A transação representa um enorme prejuízo para a empresa, que, em 2020, pagou US$ 3,6 bilhões por 35% da empresa. O número também é um desconto significativo em relação ao valor de mercado da Sun Art, de US$ 3 bilhões.
O movimento dá continuidade à estratégia adotada pelo atual CEO do Alibaba, Eddie Wu, no cargo há pouco mais de um ano. Revertendo a política adotada por seu antecessor, Daniel Zhang, Wu tem concentrado seus investimentos no varejo digital, onde enfrenta uma concorrência cada vez maior de empresas como PDD Holdings (Pinduoduo) e ByteDance (dona do TikTok).
Nessa estratégia, a empresa considerou a venda da Sun Art, mesmo com prejuízo, como uma oportunidade de monetizar ativos considerados não essenciais e concentrar forças em seus negócios principais, como nuvem e varejo cross border. O Alibaba já havia levantado US$ 1 bilhão com a venda da rede de lojas de departamentos Intime pouco antes do Natal.
Ao mesmo tempo, a empresa continua atenta a oportunidades de expansão. O Alibaba anunciou há duas semanas que irá fundir suas operações na Coreia do Sul com a rival E-Mart, em uma joint-venture avaliada em US$ 4 bilhões. O acordo deverá ajudar as duas empresas a enfrentar rivais locais, como Naver e Coupang.