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Alemanha, país dos supermercados barateiros

De Administrador SH
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Os alemães se preocupam mais que os demais europeus com a procura de produtos baratos. Estudo da consultoria empresarial KPMG revelou também que cresce o número dos que procuram serviço e qualidade nos supermercados.

O estudo da KPMG aponta que 36% do mercado alemão de supermer-cados é dominado por redes barateiras, como Aldi, Lidl ou Schlecker. Numa projeção para o futuro, calcula inclusive que nos próximos cinco anos esta parcela deve crescer para 45%. Seriam os alemães os campe-ões mundiais dos supermercados baratos?

Com certeza, responde Frank Pietersen, um dos autores do estudo da KPMG, que também tem representação no Brasil. “Na Espanha e na França, os consumidores estão dispostos a gastar mais em produtos alimentícios do que na Alemanha.”

Segundo Christian Mieles, da Confederação Alemã da Indústria Ali-mentícia, não há outro país na União Européia (UE) em que os chama-dos discounters – supermercados de preço baixo – tenham tanta pene-tração. “A crescente taxa de desemprego e a diminuição do poder aqui-sitivo nos últimos anos aumentaram a insegurança dos consumidores”, explica Mieles.

Quem levou vantagem com isso foram as cadeias barateiras, que vêm conquistando também terreno nos países escandinavos, na Holanda e na Grã-Bretanha.

Preço, serviço e qualidade? Um comportamento tipicamente alemão, conforme o estudo. É que as redes barateiras conquistam seus clientes acima de tudo, com preços baixos. Só que com isso, deixam de atender à parcela dos consumidores que quer mais que preço baixo.
“A qualidade dos produtos e a prestação de serviços são fortemente negligenciadas”, observa o estudo, apontando para uma camada da po-pulação que cresce cada vez mais na Alemanha: a dos “smart shop-pers”, ou seja, “consumidores conscientes e espertos”, que atentam pa-ra a relação preço-qualidade-serviço antes de uma compra.

“Em pouco tempo, a metade dos consumidores poderá ser classificada nesta categoria, isto é, daqueles que procuram champanhe pelo preço de cerveja”, adverte Christian Schrahe, coautor do estudo da KPMG.

O potencial de crescimento das redes de supermercados barateiros con-tinua firme, mas a velocidade de expansão começou a diminuir na Alemanha, constata Mieles. O bolo está dividido no país, afirma Vol-ker Hergert, analista da Bankgesellschaft Berlin (Sociedade Bancária de Berlim). Empresas de grande porte como a Metro voltam-se agora para a China. Brasil, México, Japão, Índia e Coréia do Sul.

A concentração no mercado alimentício alemão vem afetando acima de tudo as pequenas empresas familiares. O número de estabelecimentos comerciais deste tipo com menos de 400 metros quadrados de área di-minuiu pela metade no país desde 1980. E, segundo os prognósticos da KPMG, eles devem desaparecer completamente do cenário urbano até 2030, para se concentrarem nas áreas afastadas dos grandes centros.

E os discounters continuarão a crescer, até porque vendo o interesse do público não só em preço, mas, em preço, serviço e qualidade; estão re-formando suas lojas despojadas, deixando-as mais atraentes, crescendo suas áreas de venda e ampliando sua oferta de produtos além de um maior estacionamento.

Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas, (à venda no site www.mercadolivre.com.br). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também palestrante internacional, consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação da Abras. www.ascarassociados.com.br.



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