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Abrasmercado: queda de preços perde intensidade em novembro, apesar de novo recuo da cesta (0,05%)

No recorte de 12 produtos básicos houve retração em todas as regiões

De Amanda Leiria
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O Abrasmercado, indicador que acompanha a variação de preços de 35 produtos de largo consumo, registrou retração de 0,05% em novembro, resultado que aponta para um processo de acomodação dos preços, em um ambiente de pressão pontual da demanda, típico dos últimos meses do ano. No acumulado de janeiro a novembro, a variação é de 0,55%. Com esse resultado, o valor médio da cesta passou de R$ 799,08 em outubro para R$ 798,66 em novembro.

A leitura do indicador reflete a atuação de forças distintas sobre a cesta. “As quedas em alguns alimentos básicos e as altas concentradas em itens sensíveis ao aumento do consumo nos meses finais do ano, como a carne bovina, contribuíram para a desaceleração do ritmo de recuo observado nos meses anteriores”, analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.

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Esse comportamento fica evidente nas proteínas animais. Registraram alta os preços da carne bovina, tanto no corte dianteiro (+1,48%) quanto no traseiro (+1,46%), além do pernil (+0,21%). Em sentido oposto, tiveram recuo os ovos (-0,69%) e o frango congelado (-0,24%). No acumulado de janeiro a novembro, o pernil apresenta queda de 2,06%, enquanto o corte traseiro da carne bovina acumula retração de 1,06%.

Além das proteínas, outros itens básicos também apresentaram elevação no mês. O óleo de soja registrou alta de 2,95%, seguido pelo feijão (+0,83%) e pela massa sêmola de espaguete (+0,44%).

Essas pressões, no entanto, foram parcialmente compensadas por quedas relevantes em produtos essenciais da cesta. Houve recuo nos preços do leite longa vida (-4,98%), do arroz (-2,86%), do café torrado e moído (-1,36%), da farinha de trigo (-0,68%) e do açúcar refinado (-0,12%). No acumulado do ano, destacam-se as reduções do arroz (-25,02%), do leite longa vida (-6,89%) e do feijão (-3,72%).

A heterogeneidade de preços também se refletiu nos alimentos in natura. Houve alta da cebola (+3,22%) e da batata (+1,59%), enquanto o tomate registrou queda mais acentuada (-10,38%), contribuindo para conter a média do grupo no mês.

Nas demais categorias da cesta, o comportamento seguiu a mesma lógica de variações pontuais. Nos produtos de uso pessoal, prevaleceram movimentos de alta, com reajustes no sabonete (+0,67%), no creme dental (+0,50%), no xampu (+0,40%) e no papel higiênico (+0,38%).

Na limpeza doméstica, o comportamento também foi heterogêneo. O desinfetante (+1,32%), o detergente líquido para louças (+0,39%) e a água sanitária (+0,21%) apresentaram elevação de preços, enquanto o sabão em pó (-0,69%) registrou queda, ajudando a limitar a variação do grupo.

Análise regional

A região Norte (-0,47%) registrou a maior retração, com o valor da cesta passando de R$ 876,96 para R$ 872,82. Em seguida, aparece o Sudeste (-0,18%), onde o preço caiu de R$ 816,99 para R$ 815,56. No Centro-Oeste (-0,09%), o preço médio recuou de R$ 754,00 para R$ 753,31, enquanto no Sul (-0,08%) passou de R$ 877,81 para R$ 877,07. A única alta foi registrada no Nordeste (+0,20%), onde o preço médio subiu de R$ 710,62 para R$ 712,03.

Recorte: preços recuam nas cinco regiões

No recorte de 12 produtos básicos, o preço médio nacional registrou retração de -0,49% em novembro, passando de R$ 345,25 para R$ 343,55. No mês, apresentaram redução de preços: leite longa vida (-4,98%), arroz (-2,86%), café torrado e moído (-1,36%), farinha de trigo (-0,68%), queijo muçarela (-0,55%) e açúcar refinado (-0,12%). Houve alta na carne bovina – cortes do dianteiro (+1,48%), no óleo de soja (+2,95%), no feijão (+0,83%), na massa sêmola de espaguete (+0,44%), na margarina cremosa (+0,26%) e na farinha de mandioca (+0,13%).

Na análise regional desta cesta reduzida, o Sul apresentou queda de 0,92%, com valor médio de R$ 365,60. O Centro-Oeste variou -0,68%, com preço de R$ 337,54. No Sudeste, houve variação negativa de 0,46%, com preço médio de R$ 358,31, enquanto no Norte a cesta registrou queda de 0,23%, passando a custar R$ 415,73. No Nordeste, houve recuo de 0,09%, para R$ 299,71.

Capitais e regiões metropolitanas

Entre as capitais e regiões metropolitanas, os menores valores médios da cesta de 12 produtos foram observados no Nordeste, com Aracaju (R$ 298,76), São Luís (R$ 298,88), Recife (R$ 299,14), Fortaleza (R$ 300,12) e Salvador (R$ 301,66), consolidando a região como a de menor custo médio do país.

No Centro-Oeste, os valores se mantiveram em patamar intermediário, com Brasília registrando R$ 335,31, Campo Grande, R$ 337,76, e Goiânia, R$ 339,56, refletindo maior homogeneidade regional de preços.

No Sudeste, a cesta apresentou valores mais elevados, com Rio de Janeiro (R$ 356,43), Belo Horizonte (R$ 357,94), Grande Vitória (R$ 358,96) e São Paulo (R$ 359,92). Já no Sul, Porto Alegre registrou R$ 361,49 e Curitiba, R$ 369,71, um dos maiores valores do país fora da região Norte.

O Norte segue concentrando os maiores preços médios da cesta, com Rio Branco (R$ 414,26) e Belém (R$ 417,20), resultado associado, principalmente, aos custos logísticos, à distância dos grandes centros produtores e à dependência de abastecimento externo.

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