Em fevereiro, o preço da cesta AbrasMercado — composta por 35 produtos de largo consumo — subiu 0,73%, passando de R$ 800,75 para R$ 806,61 na média nacional. O destaque do mês foi a elevação expressiva nos preços dos ovos (+15,39%), seguida pelo café torrado e moído (+10,77%).
O aumento atípico no preço dos ovos, observado desde a segunda quinzena de janeiro — conforme antecipado pela ABRAS —, fez do item o produto com maior variação na passagem de janeiro para fevereiro. As maiores altas ocorreram na região Sul (+23,24%), seguida do Centro-Oeste (+20,76%), Norte (+18,38%), Nordeste (+16,67%) e Sudeste (+15,12%).
O café torrado e moído manteve a tendência de alta, com avanço de +10,77%. No acumulado do ano, o avanço supera +20,25%, e em 12 meses atinge +66,19%.
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Na contramão dessas elevações, sete produtos básicos apresentaram retração nos preços: feijão (-3,33%), óleo de soja (-1,98%), arroz (-1,61%), farinha de mandioca (-1,61%), leite longa vida (-1,04%), açúcar refinado (-0,28%), massa sêmola de espaguete (-0,16%).
Entre as proteínas, houve recuo nos preços da carne bovina – corte do traseiro (-0,14%) e do pernil (-0,41%). Já as altas foram registradas na carne bovina – corte do dianteiro (+1,17%) e no frango congelado (+0,37%).
Em hortifrúti, a batata (-4,10%) e a cebola (-1,77%) apresentaram retração, enquanto o preço do tomate subiu +3,74%, acumulando alta no ano de +24,77%.
Na categoria de limpeza, foram registrados aumentos no desinfetante (+0,96%), sabão em pó (+0,91%), detergente líquido para louças (+0,90%) e água sanitária (+0,41%). Devido à valorização do dólar no ano passado — que encareceu insumos e matérias-primas utilizados pela indústria —, a entidade já havia antecipado, em dezembro, que os repasses seriam realizados ao final dos estoques, com impacto direto nos preços ao consumidor já em janeiro. No acumulado do bimestre, os reajustes foram mais expressivos: desinfetante (+1,78%), água sanitária (+1,44%), detergente líquido para louças (+1,21%) e sabão em pó (+0,65%).
No segmento de higiene e beleza, os preços do sabonete (-0,49%) e do xampu (-0,13%) recuaram em fevereiro, enquanto creme dental (+0,81%) e papel higiênico (+0,08%) tiveram leve alta.
Variação regional: Preços no Sul sobem acima da média nacional
Na análise regional, o Sul apresentou a maior variação em fevereiro, com alta de +1,51%, acima da média nacional. O resultado foi puxado por aumentos significativos em itens como café torrado e moído (+12,32%), cebola (+3,35%), carne bovina – corte do traseiro (+2,65%), leite longa vida (+1,49%) e massa sêmola de espaguete (+0,50%).
Entre os produtos que registraram queda na região, destacam-se o pernil (-3,08%), o óleo de soja (-2,15%) e a carne bovina – corte do dianteiro (-1,13%). Como resultado, o valor da cesta no Sul subiu de R$ 873,59 para R$ 886,75.
Em seguida, as demais regiões apresentaram as seguintes variações:
Nordeste: +0,94%, com os preços passando de R$ 713,65 para R$ 720,34;
Sudeste: +0,94%, com a cesta variando de R$ 816,15 para R$ 823,86;
Norte: +0,92%, com alta de R$ 873,92 para R$ 881,99;
Centro-Oeste: +0,58%, com aumento de R$ 761,92 para R$ 766,32.
Preço da cesta de 12 produtos sobe 0,70%
No recorte da cesta de alimentos básicos, composta por 12 produtos, houve alta de +0,70%, passando de R$ 345,56 para R$ 347,99 na média nacional.
Entre os itens que registraram queda nos preços, destacam-se: feijão (-3,33%), óleo de soja (-1,98%), arroz (-1,61%), farinha de mandioca (-1,61%), leite longa vida (-1,04%), açúcar refinado (-0,28%) e massa sêmola de espaguete (-0,16%).
Já os maiores reajustes foram observados no café torrado e moído (+10,77%), carne bovina – corte do dianteiro (+1,17%), queijo (+0,85%), margarina cremosa (+0,53%) e farinha de trigo (+0,29%).
Na análise por região, a maior elevação ocorreu no Sul (+1,07%), onde os preços passaram de R$ 368,46 para R$ 372,41. Em seguida, destacam-se: Sudeste: +1,05%, com os valores subindo de R$ 356,01 para R$ 359,75; Norte: +0,72%, com alta de R$ 420,90 para R$ 423,92; Centro-Oeste: +0,59%, com preços passando de R$ 344,66 para R$ 346,68; Nordeste: +0,40%, onde os valores subiram de R$ 301,72 para R$ 302,92.
Preços da cesta por capitais e regiões metropolitanas
Os preços médios da cesta de 12 produtos em fevereiro foram: Belém (PA): R$ 426,37; Rio Branco (AC): R$ 421,48; Porto Alegre (RS): R$ 372,93; Curitiba (PR): R$ 371,88; Rio de Janeiro (RJ): R$ 359,45; São Paulo (SP): R$ 359,24; Belo Horizonte (MG): R$ 358,97; Grande Vitória (ES): R$ 361,34; Brasília (DF): R$ 349,72; Goiânia (GO): R$ 347,15; Campo Grande (MS): R$ 343,18; Recife (PE): R$ 303,51; Salvador (BA): R$ 304,47; Aracaju (SE): R$ 303,19; São Luís (MA): R$ 301,96; Fortaleza (CE): R$ 301,46.
Páscoa 2025: Consumo deve crescer até 12% estimulado por emprego, renda e estratégias do varejo
O setor supermercadista projeta um aumento entre 8% e 12% no consumo durante o período da Páscoa 2025, mesmo diante de um cenário marcado por alta de preços nos principais produtos típicos, que registram, em média, elevação de 12,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é sustentado por uma combinação de fatores econômicos e estratégias comerciais adotadas pelo varejo.
Entre os principais fatores dessa expansão, destacam-se a recuperação do mercado de trabalho — com avanço dos índices de emprego formal — e o aumento da renda média das famílias.
“Apesar da pressão inflacionária observada nos itens sazonais, o cenário aponta para uma Páscoa de consumo aquecido. O equilíbrio entre renda disponível e ações comerciais bem estruturadas deve garantir o bom desempenho do período, reafirmando a data como uma das mais relevantes para o consumo das famílias”, analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan.
Variação de preços dos itens sazonais
Os preços dos ovos de chocolate e produtos relacionados (bombons, mini ovos, coelhos e barras) registraram aumento médio de 14%. Já as colombas ficaram 5% mais caras.
Entre os produtos importados, a elevação foi, em média, de 20%, com destaque para o azeite (+18%), bacalhau (+10%) e vinhos importados (+7,5%).
Nas bebidas, também foram observadas altas nos preços da cerveja (+5%), refrigerante (+6%) e vinho nacional (+7%).
Estratégias para conquistar o consumidor: promoções, marcas próprias e canais digitais
Para enfrentar o desafio imposto pelos preços mais elevados, o varejo aposta em diferentes frentes para estimular o consumo. Cerca de 65% das redes supermercadistas indicam que irão oferecer promoções específicas para a data. Além disso, metade do setor reforçou parcerias com indústrias e fornecedores, garantindo maior variedade e condições competitivas para itens como ovos de chocolate, colombas e produtos de confeitaria.
A ampliação da oferta de marcas próprias também ganha relevância, representando aproximadamente 20% do mix relacionado à Páscoa, especialmente nas categorias de ovos de chocolate e panificados, como alternativa de menor custo sem renunciar à qualidade.
No ambiente físico, 53% dos estabelecimentos mantêm a tradição das clássicas “parreiras de teto”, reforçando a atmosfera sazonal. Paralelamente, o e-commerce consolida-se como um canal estratégico, presente em 30% das redes.
Concentração: última semana e véspera continuam dominando
A expectativa é que 51% do abastecimento dos lares para a Páscoa se concentre na última semana antes da data, com destaque para o sábado que antecede o feriado, responsável sozinho por 20% do fluxo nas lojas.