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A fórmula do sucesso do Grupo Mateus: lucro atinge R$ 318,5 mi no 1º tri

Forte expansão combina estratégia geográfica, diversificação de formatos e negócios, mix diferenciado e acessível, bem como inovação e sustentabilidade

De Redação SuperHiper
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Mesmo diante de um número crescente de concorrentes a cada quarteirão, de novos formatos de loja, de consumidores cada vez mais multicanais e de margens de lucro apertadas, o Grupo Mateus tem se destacado.

A companhia fechou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 318,5 milhões, um avanço de 32,5% em relação ao registrado no mesmo intervalo de 2024. Entre janeiro e março deste ano, a varejista registrou uma receita de R$ 8,33 bilhões, uma elevação de 12,9% na mesma base comparativa.

Pelo segundo ano consecutivo, a companhia levou o “bronze” e ocupou a terceira colocação no Ranking ABRAS 2025. E, com isso, se tornou uma fonte de inspiração para outros players do varejo alimentar. Fundada em 1986 no Maranhão, ela tem sido capaz de crescer em meio a um cenário desafiador que vem tirando o sono de outras grandes redes de supermercados e de atacadistas.

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De um pequeno estabelecimento em São Luís (MA), fundado por Ilson Mateus, a atual estrutura reúne unidades em diversos formatos: supermercados, atacarejos, mercadinhos, empórios e lojas de conveniência. Trata-se de um conglomerado que oferece de itens básicos, como arroz e feijão, a eletroeletrônicos. E que atende a todas as classes sociais. A segmentação de público fica clara por meio de bandeiras, como a Mix Mateus (atacarejo) e Spazio Mateus (alta renda). Está presente em nove estados brasileiros: o Maranhão, o Pará, o Piauí, o Ceará, a Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e a Paraíba. Com isso, tem mais de 50.000 colaboradores.

Segundo balanço divulgado após o fechamento do mercado na segunda-feira (5), só no primeiro trimestre deste ano, o Grupo Mateus inaugurou quatro lojas. Dentre essas, duas unidades de atacarejo foram abertas em Pernambuco e na Bahia, pertencentes à Regional Nordeste. Outras duas unidades de supermercado foram inauguradas no Maranhão — sendo uma da bandeira Mateus, na cidade de São Mateus, e outra da marca Camiño, em São Luís — reforçando o adensamento das rotas já consolidadas no estado.

As inaugurações realizadas no trimestre resultaram em um crescimento de 8% na área de vendas em relação igual de 2024. No fim dos primeiros três meses do ano, a companhia tinha 172 lojas de varejo alimentar e 104 estabelecimentos de eletro, totalizando 276 unidades.

Essa expansão tem uma estratégia: foco em uma área geográfica específica – o Norte e o Nordeste – e acontece longe dos principais centros urbanos, isto é, volta-se para pequenas e médias cidades. É rotina para o grupo abrir até cinco novas unidades em um único dia, em municípios diferentes. E, assim, cumprir a meta de inaugurar cerca de 50 novos estabelecimentos a cada ano. Contudo, é importante destacar que, no fim do ano passado, o Grupo Mateus adquiriu as operações da rede Novo Atacarejo, com sede em Pernambuco e 32 pontos de venda no Nordeste.

Regional Nordeste

Em 2021, o grupo deu início à expansão para a Região Nordeste, alinhada ao seu planejamento estratégico de fomentar a consolidação e o adensamento de rotas. Até o fim de março, 51 lojas (47 atacarejos e 4 varejos) já estavam em funcionamento em capitais ou cidades relevantes do Ceará, da Bahia, da Paraíba, de Alagoas, de Pernambuco e de Sergipe. Desse total, 39 delas estavam em operação há mais de 13 meses.

De janeiro a março deste ano, o grupo das 39 lojas, com mais de 13 meses de operação, apresentou expansão de margem bruta em relação a igual período de 2024, com destaque principalmente para as operações nos estados de Pernambuco, da Paraíba e de Sergipe evidenciando a solidez da estratégia de precificação e ganho de participação de mercado em novas áreas. Assim, a margem EBITDA pós-IFRS 16 aumentou 1,6 p.p., frente a igual período do ano anterior.

Atacarejo

Há outras variáveis nessa equação de sucesso que sustenta esse crescimento exponencial: oferecer produtos de qualidade a preços acessíveis, principalmente para a população de baixa e média renda, principalmente por meio do atacarejo.

No primeiro trimestre do ano, a receita bruta do atacarejo atingiu R$ 5,3 bilhões, um crescimento de 12,1%, quando comparado a igual período de 2024, representando 55,7% da receita bruta da companhia.

Esse desempenho do formato ocorreu principalmente, à inauguração de dez unidades nos últimos 12 meses e ao crescimento de 1,2% nas vendas em mesmas lojas no trimestre.

Porém, o crescimento do SSS (vendas nas mesmas lojas) no trimestre foi impactado pelos efeitos de calendário do período (2024 foi ano bissexto e o deslocamento do feriado da Páscoa de março/24 para abril/25). Assim, considerando o avanço nas mesmas lojas de janeiro a abril e excluindo o efeito calendário do ano bissexto em 2024, o SSS atingiu 3,1%.

Por sua vez, a receita bruta do segmento de varejo, que inclui supermercados, hipermercados e lojas de vizinhança, alcançou R$ 2,1 bilhões, 3,6% acima do apurado em igual período de 2024, representando 22,4% da receita do grupo no primeiro trimestre de 2025.

As vendas de hiper/super e de Camiño tiveram um crescimento de 6,2% e 0,1% no período, respectivamente. Nos últimos 12 meses, foram inauguradas sete lojas de supermercado, que contribuíram para o desempenho das vendas do segmento. O crescimento do SSS das lojas de varejo foi de 0,3% no trimestre, também impactado pelos fatores relativos ao calendário, mencionados anteriormente. Considerando o crescimento mesmas lojas de janeiro a abril e excluindo o efeito calendário do ano bissexto em 2024, o SSS avança para 2,9%.

Logística e abertura de capital

Além disso, o grupo investe pesadamente em logística e em centros de distribuição (CDs). Isso garante não só a competitividade em preço, mas também a eficiência no fornecimento de produtos para seus pontos de venda.

No âmbito financeiro, houve também a abertura de capital (a empresa é listada na B3 desde 2020).

Tecnologia e inovação

Atento às tendências de digitalização, o grupo investiu em tecnologia para melhorar a experiência do cliente e otimizar suas operações internas. A digitalização das lojas – com sistemas de pagamento modernos, programas de fidelidade e plataformas de vendas on-line – tem atraído cada vez mais consumidores.

A empresa também tem se dedicado ao desenvolvimento de plataformas de e-commerce, ampliando seu alcance para além das lojas físicas. A presença digital é um reflexo de uma visão futurista que vê o varejo físico e digital como partes complementares de um mesmo negócio.

Diversificação

Uma das características marcantes da companhia é a diversificação de seu portfólio. Embora o foco principal da empresa seja o varejo de alimentos, o grupo também está presente em setores como moda, eletrônicos e produtos de linha branca. Isso aumenta a atratividade para os consumidores e ajuda a reduzir a dependência de um único mercado.

Além disso, a empresa tem investido em novos negócios, como o lançamento de sua própria linha de produtos e até mesmo em postos de combustíveis. Esse movimento visa não apenas aumentar a oferta de produtos, mas também garantir mais controle sobre sua cadeia de fornecimento.

Sustentabilidade e responsabilidade social

O Mateus também tem se destacado pelo seu compromisso com a sustentabilidade e com a responsabilidade social. A empresa tem investido em projetos voltados para a preservação do meio ambiente, adotando práticas mais sustentáveis em suas operações. Além disso, também se dedica a ações sociais, com programas de doação e incentivo a causas sociais, fortalecendo sua imagem como uma empresa que se importa com a comunidade.

Resultado financeiro

Entre janeiro e março deste ano, a companhia registrou uma receita de R$ 8,33 bilhões, um aumento de 12,9% na mesma base comparativa.

A margem líquida do Grupo Mateus subiu 0,5 ponto percentual no período, passando de 3,3% para 3,8%. Contudo, as despesas operacionais somaram R$ 1,26 bilhão no intervalo, com avanço de 11,2% frente ao apurado no mesmo trimestre do ano anterior.

O resultado financeiro líquido somou R$ 181,2 milhões em perdas, o que equivale a uma elevação de 36,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.

Na receita operacional, as vendas nas mesmas lojas — indicador que mede o desempenho de lojas que operam há mais de 12 meses — recuaram 4,4 pontos percentuais no período, caindo de 9,6%
para 5,2%.

Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) avançou 27,4% no primeiro trimestre, para R$ 650 milhões. A margem Ebitda subiu de 6,9% para 7,8%, equivalente a um ganho de 0,9 ponto percentual.

Fontes: Veja/ Seu crédito digital/BP Money

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