Começo de ano é sempre um momento de reflexão. Sobre tudo o que de ruim e de bom aconteceu no ano anterior, sobre as lições que aprendemos, ou deveríamos ter aprendido, sobre como corrigir os desvios ocorridos a partir dos objetivos que tínhamos traçado, e sobre como enfrentar os novos desafios que estão surgindo e povoando nossos pensamentos.
Novos desafios de ano novo que, mais do que povoar nossos pensamentos, podem estar nos preparando para grandes mudanças.
Devemos ter encerrado 2013 com um faturamento, no nosso segmento, de cerca de 283 bilhões de reais, um crescimento real de 6% sobre o ano anterior. Foi um bom ano. Mas já estamos em 2014. E este ano vai continuar a ser bom?
Nossa economia está andando de lado? Porque há tantas críticas à política econômica? O mercado está menor? Como vamos reagir este ano, com Copa do Mundo e eleição? O mercado deve ficar mais competitivo? Como vai se comportar em 2014? Quais serão os focos de atenção dos supermercadistas?
Não tenho todas essas respostas. Nem sei se tenho alguma. Mas tenho algumas pistas. E, sem dúvida, vender alimentação com margens comprimidas pode até ser o caminho de mais vendas, mas será também o caminho de mais problemas.
Outro sério problema é que a briga pela preferência dos consumidores já não é mais só doméstica, ou interestadual. É internacional. As quatro maiores redes do País já são de fora. E todas querem crescer ainda mais no Brasil.
Os desafios para 2014 parecem ser bem mais perigosos que os anteriores. Pois, além da concorrência citada, só temos visto projeções de crescimento da nossa economia cada vez menores, além de um preocupante desinteresse dos empresários em novos investimentos. E nem vale a pena falar para onde está indo nossa Bolsa de Valores.
É bem verdade que falam por aí que a distribuição de renda melhorou. Se a venda, portanto, pode ou não crescer tanto quanto gostaríamos ou precisaríamos, é necessário tomar, neste início de ano, medidas internas saneadoras:
– Acelerar o giro de mercadorias com novas preocupações quanto à logística e à distribuição.
– Manter-se alerta quanto aos níveis das despesas. E sempre reduzi-las.
– Reduzir, eternamente, os custos de mercadorias.
– Os pequenos e médios devem repensar se devem ou não ter centro de distribuição.
– Crescer pode ser através de aquisição e incorporação.
– Comparar sempre seus indicadores com índices balizadores.
– É preciso continuar seu programa de desenvolvimento de seus recursos humanos.
– Você só terá clientes 100% satisfeitos se tiver funcionários 100% satisfeitos.
– Atenção com a inflação crescente, ela pode exigir novas formas de gestão.
– A informatização não é a salvação, como muitos apregoam. É só uma ferramenta de gestão.
– É fundamental saber usar essas informações.
– Esteja sempre de ouvidos atentos aos comentários de seus clientes.
– Sempre atentos às ações da concorrência.
– E sempre muito focado e, se possível, diferenciado.
Estas são algumas das ações que devem ser tomadas, mas, acima de tudo, nunca perca a visão de seu negócio, a razão de ser dele.
Mantenha-se sempre focado nos seus clientes, em sua gente e nos seus concorrentes. Esteja sempre aberto e preparado para “mudanças”. Reinventar o varejo deve ser um esforço e preocupação constante. Este é também o caminho para sua diferenciação e seu sucesso.
O momento é de concentração de esforços, para um mesmo objetivo:
“Clientes Felizes e Satisfeitos”. Se este é o seu propósito, o seu caminho… Deixa 2014 rolar.
* Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas (à venda no site www.terradosaber.com). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação Abras. www.ascarassociados.com.br
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