Inflação continua sendo uma grande preocupação, mas consumidores mudam hábitos e reforçam opção por supermercados nas mais diversas opções de consumo
Por Renato Müller
O ano de 2022 foi desafiador para o setor de supermercados. Nos Estados Unidos, a alta da inflação se somou à mudança dos hábitos dos consumidores (impulsionados pelo home office e pela great resignation) para gerar novos hábitos – abrindo oportunidades para varejistas atentos.
Para o site Winsight Grocery Business, 10 pontos deverão marcar o ano de 2023. São elas:
1 – A recessão não vai bater às portas
Os esforços do governo federal para reduzir a inflação gerou uma desaceleração da economia, que chegou a estar tecnicamente em recessão no início de 2022. Para o próximo ano, porém, a Goldman Sachs não acredita em retração da economia – e sim em um crescimento beeeeem moderado.
2 – Os supermercados ganharão espaço dos restaurantes
A tendência da alimentação dentro de casa impulsiona tanto a compra de alimentos in natura quanto de refeições prontas nos supermercados. O grab and go e mesmo o foodservice dentro dos supermercados serão uma fonte importante de crescimento do setor no próximo ano.
3 – Inflação sob controle
Na visão da Goldman Sachs, em 2023 a inflação americana deverá ficar entre 3% e 5%, uma vez que as cadeias de suprimentos vêm se recuperando dos problemas de abastecimento da pandemia.
4 – Supermercados on-line em alta
Com a reabertura do comércio em 2022, o varejo on-line deixou de viver tempos de forte expansão – mas estão de 3 a 4 vezes mais altas do que no pré-pandemia. Os principais varejistas abriram operações de e-commerce – e continuam a impulsionar a lucratividade dessas operações.
5 – Novas tecnologias
Compras sem atrito e micro hubs de distribuição continuarão a crescer para atender à demanda dos consumidores por praticidade e velocidade nas compras físicas e omnichannel.
6 – Mais investimentos em lojas físicas
Com a pandemia e a forte expansão do e-commerce, os investimentos do varejo se concentraram no digital. A retomada do varejo físico em 2022 vem mudando esse cenário – e as lojas físicas voltam a ganhar força, ainda que com um foco diferente: mais foodservice e espaço nas lojas para atender às opções omnichannel.
7 – Varejo de descontos ganha espaço
Em 2022, a inflação alta abriu oportunidade para que varejistas de descontos ganhassem market share. Mesmo com a inflação perdendo força no próximo ano (veja o primeiro item da lista), o hábito de comprar mais barato continuará forte no mercado americano.
8 – Marcas próprias em alta
Ainda como reflexo da alta da inflação, os produtos de marca própria se tornaram mais fortes nos supermercados americanos. Uma realidade que continuará presente em 2023, uma vez que novas categorias e o desenvolvimento de produtos premium deram uma nova cara para os itens de marca própria.
9 – Fusão complicada
A expectativa, no varejo americano, é que a anunciada fusão das líderes supermercadistas Kroger e Albertsons seja difícil, desacelerando o crescimento das duas empresas e abrindo oportunidades para concorrentes regionais mais velozes.
10 – Mais concentração vindo por aí
Mesmo com a fusão complicada entre as líderes, o anúncio da transação mostra que há oportunidades de consolidação no varejo americano. Pequenas redes e players regionais deverão buscar esse caminho para crescer mais rapidamente.