Levantamento da Horus aponta que os atacarejos são mais procurados em função da variedade de marcas e preços
Inflação alta, alimentos sendo remarcados semanalmente e consumidores voltando a fazer compras de mês para estocar comida. Esse é o retrato que um estudo exclusivo feito pela Horus Inteligência de Mercado, mostrou após a análise mensal de mais de 35 milhões de notas fiscais de compras feitas em supermercados e atacadões em todo o Brasil no último ano.
O cenário lembra os tempos de hiperinflação vividos entre os anos 80 e início dos anos 90 e assusta os consumidores. De acordo com o estudo, os brasileiros estão buscando mercados maiores, como os atacarejos, para encontrar mais opções de marcas e preços e também para comprar em maior quantidade de produtos com menor preço unitário.
Se em fevereiro de 2021, o carrinho de compras contava com 24 itens em média, em fevereiro deste ano, a média de produtos passou a ser 36. O valor gasto pelo consumidor subiu 69% conforme aponta a análise, passando de R$127,23 em fevereiro de 2021 para R$215,37 em fevereiro deste ano.
“Estamos voltando a uma situação em que o consumidor faz uma compra grande de abastecimento no início do mês. E assim como na época da hiperinflação, ele vai às compras assim que recebe o pagamento para tentar aumentar a rentabilidade do dinheiro e garantir o menor preço, uma vez que tudo é remarcado constantemente”, comenta Luiza Zacharias, diretora de Novos Negócios da Horus.
A pesquisa ainda aponta que nessas compras de mês e em maior quantidade estão presentes sempre os itens de primeira necessidade como o feijão, arroz, leite, óleo, entre outros alimentos não perecíveis.
Quando o assunto são as hortaliças, frutas e legumes os preços também estão salgados com destaque para a cenoura que teve uma alta recorde de 155% no período entre os dias 02 de janeiro de 2022 a 12 de março de 2022.