Por Renato Müller
Os acionistas da rede de clubes de atacado Costco rejeitaram uma proposta que pedia que a empresa voltasse atrás em suas iniciativas em prol de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Na assembleia anual da empresa, no final da semana passada, 98% dos votantes rejeitaram a argumentação do National Center for Public Policy Research, um think tank conservador que disse que as iniciativas de DEI oferecem “riscos financeiros, de reputação e de litígio para a empresa, gerando riscos para os acionistas”.
De acordo com o Conselho de Administração da Costco, o argumento do think tank não trouxe nenhuma informação adicional significativa e a companhia acredita que seus atuais esforços de diversidade, equidade e inclusão aumentam a capacidade da empresa de atrair e reter colaboradores, o que é essencial para o sucesso do negócio.
Os números parecem estar a favor da manutenção das ações DEI: no trimestre encerrado em 24/11 (primeiro trimestre do ano fiscal), a empresa aumentou suas vendas líquidas em 7,5%, para US$ 60,99 bilhões e os lucros foram de US$ 4,04 por ação, acima das projeções de US$ 3,79 por ação. Em todo o ano fiscal 2024, as vendas líquidas bateram US$ 249,6 bilhões, 5% mais que no ano anterior, com US$ 7,37 bilhões de lucro líquido, 17,1% de alta.
A Costco, porém, parece ser uma exceção na manutenção de suas políticas de diversidade. A Target foi a mais nova empresa a recuar em seus compromissos DEI, anunciando no fim da semana passada a conclusão de suas metas trianuais e o fim de sua iniciativa de Mudança e Ação para a Equidade Racial (REACH, na sigla em inglês). A empresa também interromperá as pesquisas focadas em diversidade feitas por terceiros.
A Target disse que o foco da empresa estará em desenvolvimento e mentoria em aspectos diretamente conectados ao seu roadmap de crescimento, incluindo nas relações com os fornecedores. Em um memorando aos colaboradores, Kiera Fernandez, Chief Community Impact and Equity Officer da Target, disse que os muitos anos de dados, insights e aprendizados moldaram o novo capítulo da estratégia da empresa. “Entendemos a importância de estarmos alinhados às mudanças do ambiente externo, hoje e no futuro, sempre com foco no crescimento do negócio”, afirmou.
Logo na sequência, ONGs focadas em diversidade, como a Twin Cities Pride, anunciaram o rompimento de parcerias com a varejista. A Target, até o ano passado, patrocinava a Parada LGBTQIA+ de Minneapolis, organizada pela ONG.
