Analistas econômicos apostam no setor que vê as ações dos principais varejistas subirem na B3
A percepção de que o ciclo de aumento da Selic chegou ao fim abriu espaço para um rali das ações das principais varejistas. Os papéis do setor estão entre as maiores altas da bolsa brasileira no mês de agosto. Ainda assim, a perspectiva de uma desaceleração econômica no segundo semestre leva grandes casas a buscarem papéis que se mostrem mais resilientes à volatilidade macroeconômica avistada adiante.
Para analistas, varejo alimentar e, sobretudo, atacarejo, estão entre os mais blindados a uma contração da atividade.
“O setor mais resiliente dentro da nossa cobertura é o de Atacarejo”, aponta Thiago Macruz, analista de varejo e e-commerce do Itaú BBA. O segmento, que une vendas em grandes quantidades com melhor custo-benefício para o consumidor, ganha fatias de mercado nos momentos mais difíceis da economia, diz Macruz. “Um fator contracíclico super relevante.”
XP e Banco Inter seguem na mesma direção e citam Assaí como destaque, mas também Carrefour e Grupo Mateus. Este último é beneficiado pelo incremento do Auxílio Brasil no Norte e Nordeste, diz Danniela Eiger, head de varejo da XP.
“Gostamos da exposição à varejo alimentar, é mais resiliente, mais protegido tanto de volatilidade macroeconômica, quanto de inflação”, afirma Danniela. Assaí, player de atacarejo, é “mais blindado ainda” à desaceleração, aponta.
Breno Francis de Paula, especialista de varejo e consumo do Inter, emenda ainda que há fatores no segundo semestre que ajudam a suavizar a desaceleração econômica, como a chegada do 5G, que aumenta a demanda por troca de aparelhos, e a Copa do Mundo, que estimula segmentos de moda e artigos esportivos.
Fonte: Bloomberg- Exame