Por Edevaldo Figueiredo
PROMOÇÃO! OFERTA! É com letras e números garrafais, em caixa alta e na sua maioria, preenchidos com as cores preta e vermelha que as faixas e cartazes de supermercados são produzidos, sendo muitos deles preenchidos ainda a mão em material de fundo amarelo.
Fixado com bastante destaque nas fachadas e nos corredores das lojas, esse tipo de mídia publicitária cumpre uma função de grande relevância no comércio, apresentar aos clientes, quais são os produtos que estão com os seus preços em promoção.
E é para garantir que essa comunicação visual brilhe aos olhos dos consumidores que o cartazista entra em cena. Com caligrafia apurada e dom artístico, esse profissional faz toda a diferença no dia a dia do comércio, especialmente, nas redes de varejo alimentar.
Para comemorar o Dia do Cartazista, celebrado em 17 de outubro, a SuperHiper conversou com dois grandes especialistas no assunto: o cartazista Carmo Serafim, do Supermercados Avenida e a Priscila Richter, do Tenda Atacado.
Na função há 11 anos, Carmo diz que sempre gostou de desenhar. Os seus primeiros cartazes foram feitos para uma rede de móveis e eletrodomésticos onde atuou por um ano. “Foi na loja de móveis que comecei a fazer os cartazes e desde então não parei mais, peguei amor no que estava fazendo e percebi que para cada cartaz que eu fazia, era como se estivesse fazendo os desenhos que gostava de fazer quando criança. Então resolvi que precisava comprar um kit de escrita, mas na época procurei me informar o que e como conseguiria comprar o kit de escrita, mas na época estava sem recurso e não tive resposta de onde poderia fazer essa compra e ter o meu próprio kit de escrita. Foi aí que resolvi fazer o meu kit de forma artesanal, em madeira. Foram dois kits, um para vermelho e outro para o preto. Fiz os pincéis de vários tamanhos, tinha pincel de até 10cm que me permitia escrever com letras grandes, isso me ajudou muito, trabalhava com esses pincéis e usava tinta acrílica. Pude então pegar pedidos de lojas de móveis aqui da minha cidade, isso ajudou muito a ter uma renda extra, na época foi muito show e importante na renda familiar”, declarou Carmo.
Carmo Serafim, cartazista do Supermercados Avenida
Kit de escrita utilizado pelo cartazista Carmo Serafim
Para aperfeiçoar as suas técnicas na produção de cartazes, Carmo diz que absorveu muito do que sabe, vendo vídeos na internet. “Procurei examinar alguns vídeos e ver qual era a maneira mais agradável de apresentar o produto em oferta no cartaz de forma que pudesse agradar a expectativa da loja e a minha. Eu entendia que, se não estava bom para mim, acreditava que era provável que poderia não agradar e nem atender a necessidade do lojista, na hora de expor os meus cartazes”, disse Carmo.
Foi trabalhando no Supermercado Avenida que Carmo aprimorou ainda mais as suas técnicas de cartazista, rede varejista essa que ele segue até hoje. “Para mim é muito gratificante exercer essa profissão, uma vez que aqui na minha cidade são poucos que se habilitam a trabalhar como cartazista. Todos os dias tenho o privilégio de fazer o que gosto e cada letra que escrevo é um desenho para mim. Além disso, vejo que as lojas contam comigo para atender suas expectativas de vendas na busca de atingir suas metas. São poucas pessoas que sabem o que é ser cartazista, algumas acreditam que precisa de muito talento, outras me perguntam se fiz curso, outros acham que o que faço é raridade, difícil de encontrar quem faz”, relatou Serafim.
Para que tem interesse em trabalhar como cartazista, o profissional finalizou dizendo que “como dica, eu digo para quem tem interesse, é que se dedique e logo verá que para dominar essa arte não é difícil e é muito gratificante. É uma arte dominada por poucos e o mercado de trabalho está aí precisando do seu talento. A renda no mês é um grande atrativo”.
PriCartazista
Artista, dona de 16 gatos e mãe da pequena Hévora. É assim que Priscila Richter se apresenta em suas redes sociais. Foi através da sua irmã que a cartazista do Tenda Atacado conheceu a profissão na qual atua há seis anos. “Minha irmã já foi cartazista e me ajudou muito a entrar nesse ramo”, declarou Priscila.
Sobre o sentimento em produzir cartazes de forma manual e como as pessoas observam o seu trabalho, Priscila diz que sempre gostou de desenhar, escrever e inventar novas artes. “A maioria das pessoas acham que são impressos, nunca pensam que tem alguém por trás desses cartazes de mercados. Mas depois que descobrem, passam a prestar atenção nos cartazes que veem. Eu sempre preferi desenhar a lápis e lápis de cor. Então, de vez em quando, também produzo alguns desenhos quando consigo tempo”.
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Para quem deseja atuar na profissão, a cartazista dá algumas dicas. “Eu recomendaria fazer algum curso, pois se for seguir como eu fiz, aprendendo na prática, já exercendo a profissão, irá demorar bem mais para pegar o jeito. Eu levei meses para começar a escrever bem. Porém, fazendo um curso preparatório, o estudante pegará o jeito bem mais rápido”.
Quanto ao futuro da atividade, Priscila Richter completou dizendo que “o cartazista é essencial no mercado de trabalho, nada será igual ao artista. Porém cada vez mais vemos cartazistas sendo substituídos por impressoras, que não faz metade do que nós fazemos. Então peço que valorizem mais os cartazistas, que está cada vez mais escasso no setor”.
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