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AB InBev anuncia que vai mexer nas tabelas do Brasil e Estados Unidos

De Administrador SH
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Multinacional de bebidas e cervejas avalia que está com os valores defasados frente a inflação americana

A Anheuser-Busch InBev (AB InBev) diz que algumas de suas bebidas ficarão mais caras e virão em tamanhos variáveis, já que a fabricante de Corona, Bud Light e Brahma procura acompanhar a inflação nos Estados Unidos (EUA), no Brasil e em outros lugares.

A AB InBev descobriu que, apesar das atualizações regulares de seus preços, está atrasada em relação aos aumentos de custos em certos mercados, incluindo os EUA e o Brasil, à medida que a inflação acelerou-se desde o início do ano.

“No geral, sinto que a inflação está um pouco acima da nossa visão”, disse o diretor financeiro da AB InBev, Fernando Tennenbaum. Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor ficou em 8% no primeiro trimestre, mas a receita líquida total por hectolitro de cerveja da AB InBev aumentou apenas 6,2%, ilustrando a defasagem entre o ritmo da inflação e a capacidade de combiná-lo. Um hectolitro equivale a 100 litros.

Outro país onde a cervejaria tem demorado a se ajustar é o Brasil, onde o índice de preços ao consumidor subiu 10,7% no primeiro trimestre em comparação com um aumento de 8,5% na receita líquida total por hectolitro, disse a empresa. Nas marcas globais da AB InBev, o índice de preços ao consumidor durante esse período aumentou 8,2% em uma base média ponderada, enquanto a receita líquida por hectolitro de cerveja subiu 7,8%.

A AB InBev acompanha seu orçamento mensalmente, define um plano anual e o revisa pelo menos trimestralmente. Usa várias ferramentas para gerenciar a inflação, incluindo aumentos de preços, mudanças em seus contêineres e tamanhos de embalagens.

“Você pode ter diferentes tamanhos de embalagens com diferentes faixas de preço para diferentes ocasiões”, disse Tennenbaum. A AB InBev usa embalagens retornáveis no Brasil e em outros países, o que ajuda a reduzir custos, acrescentou. A cervejaria, que opera em cerca de 50 países ao redor do mundo, tamém usa o orçamento base zero para manter os custos sob controle. A ferramenta obriga os gerentes a planejar cada orçamento do zero e está sendo usada por muitas empresas voltadas para o consumidor. “É uma forma de pensar”, disse Tennenbaum.

A AB InBev planeja manter sua perspectiva neste ano de crescimento de 4% a 8% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda). A AB InBev registrou receita de US$ 13,23 bilhões, alta de 11,1% em base anual. Usando um Ebitda ajustado, a empresa registrou US$ 4,48 bilhões, um aumento de 7,4% em base anual. O lucro, no entanto, foi de US$ 499 milhões, uma queda de 44% em relação ao ano anterior.

A AB InBev tem uma ampla coleção de marcas em diferentes faixas de preço, o que ajudará a gerar receita mesmo que a economia desacelere, dizem analistas. “Se os consumidores optarem por cervejas mais baratas, terão a amplitude do portfólio”, diz Laurent Grandet, analista-chefe de produtos básicos de consumo da Guggenheim Securities. Ainda assim, isso pode resultar em lucros menores.

Nos EUA, as cervejarias, incluindo a AB InBev, estão limitadas em quanto podem cobrar a mais, pois os consumidores podem recorrer a outras bebidas ou outros produtos.

Fonte: Dow Jones, Valor

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